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JBSS3, BEEF3 e a dupla MRFG3/BRFS3: Os frigoríficos e a carne do Brasil nos 150 dias de 2025

30 maio 2025, 19:30 - atualizado em 30 maio 2025, 19:38
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(Imagem: Divulgação/Minerva Foods)

Maio, assim como os primeiros 150 dias de 2025, foi marcado por emoções aos frigoríficos. Com a intenção de fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3), a aprovação da dupla-listagem pelos acionistas da JBS (JBSS3) e registro de emissor estrangeiro pela CVM nesta sexta-feira (30), além da temporada de balanços do primeiro trimestre de 2025 (1T25), você pode escolher seu momento favorito do período.

No mercado de carnes, o Brasil enfrenta o seu primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial, o último dos grandes produtores de frango do mundo a registrar a doença nessa escala.

Até o momento, 24 países suspenderam completamente a importação de carne de aves do Brasil, incluindo China, União Europeia, México, Uruguai e Argentina. As informações são do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que se prepara para o lançamento do Plano Safra 2025/2026 no final de junho.

A suspensão restrita ao estado do Rio Grande do Sul fica para Arábia Saudita, Turquia, Reino Unido, Bahrein, Cuba, Montenegro, Cazaquistão, Bósnia e Herzegovina, Tajiquistão, Ucrânia, Rússia, Bielorrússia, Armênia, Quirguistão, Angola e Namíbia.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu o sistema sanitário de agropecuária do Brasil, que chamou de “melhor do mundo”. Nesta sexta-feira (30), foi confirmado que a China proibiu todas as importações de carne de frango e produtos relacionados do Brasil.

Quanto às ações dos frigoríficos, tivemos o seguinte desempenho:

  • JBSS3: alta de 8,14% no ano e queda de 8,98% no último mês.
  • BRFS3: queda de 18,15% no ano e de 10,57% no último mês.
  • MRFG3: alta de 48,08% no ano e de 18,3% em um mês.
  • BEEF3: alta de 5% no ano e queda de 14,72% no último mês.

A recomendação e o contexto para os frigoríficos

MRFS3 + BRFS3 = MBRF3?

De acordo com o CEO da Marfrig (MRFG3), Marcos Molina, que confirmou a fusão entre o frigorífico e BRF (BRFS3), a nova empresa, batizada de “MBRF”, já nasce como a 7ª maior empresa do Brasil.

Durante a conferência do 1T25, Molina ressaltou vantagens da operação com receitas e custos, que resultaria em uma redução anual de R$ 485 milhões anuais e de R$ 320 milhões em despesas. Isso geraria em um impacto total no Ebitda de R$ 805 milhões anuais. Quanto a impostos, a projeção é de um impacto fiscal de R$ 3 bilhões em VPL (Valor presente líquido).

O acordo, já encaminhado para o Cade, e assembleias pela Marfrig e BRF estão previstas para 18 de junho para aprovação do acordo. Para o Goldman Sachsa nova empresa que surge é o principal fator para a criação sustentável de valor.

“Enxergamos uma nova empresa menos alavancada, mais diversificada e menos exposta a commodities. Continuamos vendo uma relação risco-retorno mais atrativa nas ações da Marfrig e, portanto, esperamos que elas tenham desempenho superior hoje”.

O Goldman Sachs mantém recomendação de compra para Marfrig, com preço-alvo de R$ 24,50, e avaliação neutra para BRF, com preço-alvo de R$ 27,20.

JBSS3

A JBS, que conta com recomendações de compra por BTG Pactual, Santander e Genial Investimentos, contou com comentários diferentes para o processo de dupla listagem da companhia.

Para o BTG, a questão fica por conta do que vem pela frente. “Para uma JBS listada nos EUA, acreditamos que a narrativa de investimento em ações mudará o foco do atual momento de lucros e passará, talvez pela primeira vez desde o IPO, a se concentrar mais no potencial de reprecificação dos seus múltiplos.

A Genial Investimentos conta com uma percepção próxima da Institutional Shareholder Services (ISS). Eles consideram que a estrutura de classe dupla de ações (Classe B com 10 vezes mais poder de voto do que a Classe A, nas ações primárias a serem listadas na NYSE) pode causar desconforto entre alguns investidores, que têm maior interesse em alinhar o conselho de administração aos interesses da posição minoritária.

O Santander reforçou sua recomendação de compra (outperform) para as ações da JBS (JBSS3) com preço-alvo de R$ 58, sustentada pela força estrutural do mercado de frango dos Estados Unidos e pelo potencial de valorização decorrente do processo em andamento de listagem da empresa nos EUA.

Após os processos burocráticos, a expectativa é de que as ações deixem ser negociadas na B3 em 6 de junho e comecem a ser negociadas na NYSE no dia 12 de junho. O BDR deve começa a ser negociado em 9 de junho.

O empresário e sócio da JBS (JBSS3), Wesley Batista, acredita que a empresa será a primeira companhia brasileira a fazer parte do S&P 500 e vê potencial na ordem de 150% – 300% a partir da dupla listagem.

BEEF3

Nesta semana, o Goldman Sachs reduziu seu preço-alvo para as ações da Minerva Foods (BEEF3) de R$ 6,95 para R$ 6,00, mantendo a recomendação neutra para o papel. O banco espera que a Minerva registre vendas consolidadas de R$ 52,5 bilhões em 2025.

De acordo com Rafael Passos, da Ajax Asset Management, enquanto os outros frigoríficos operam com triggers, existem alguns fatores que pressionam o papel: a alta do preço do gado e desafios com aquisição de ativos da Marfrig. Nos últimos 45 dias, as ações recuaram 26,96%.

“Vimos uma pressão de caixa no 4T24 e 1T25 por conta das margens pressionadas pelo boi. Fora isso, vimos o anúncio de um aumento de capital de R$ 2 bilhões. Ele é ruim? Não, ele é muito positivo, porque vai ajudar a abater a dívida. Os principais acionistas conseguiram ancorar grande parte da oferta. O grande ponto, que foi o que achou que aconteceu, é que, geralmente, quando você tem uma oferta, os minoritários são diluídos”.

Segundo o BTG, a injeção de capital representa uma “jogada tática”, impulsionada por uma possível diluição positiva do lucro por ação, um preço de emissão com desconto e o potencial adicional dos bônus de subscrição (warrants).

No 1T25, o frigorífico reportou um lucro líquido de R$ 185 milhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25), contra um prejuízo de R$ 186,2 milhões no 1T24.  Vale lembrar que o 4T24 marcou a integração de ativos da Minerva.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
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