Coluna da Roberta Scrivano

José Roberto Kracochansky: “Companhias podem oferecer produtos financeiros sem precisar de um banco”

05 set 2022, 17:21 - atualizado em 05 set 2022, 17:21
CEO e fundador da Jazz Tech, José Roberto Kracochansky fala da evolução dos serviços financeiros de empresas que atuam oferecendo produtos na área de Banking as a Service (Divulgação)

José Roberto Kracochansky é desde 2020 CEO e fundador da Jazz Tech, empresa de Banking as a Service (“Banco como Serviço”, em tradução livre). Seu objetivo é permitir que qualquer companhia possa oferecer produtos financeiros sem precisar de um banco ou de uma instituição financeira. “É como ter um banco embutido no seu negócio, sem precisar, para isso, estar qualificado para ser um banco”, diz ele.

Em termos mais práticos: sabe quando você usa o cartão de uma loja de departamento? Tem Banking as a Service envolvido para funcionar.

Outras empresas que usam o serviço são operadoras de viagem, mercado imobiliário e fabricantes de smartphone. Em todos esses casos, a empresa continua oferecendo os benefícios e serviços próprios, mas adicionam um produto financeiro. “É a ‘fintechização’ de qualquer negócio”, resume o empresário.

Na entrevista a seguir, Kracochansky detalha as perspectivas do Banking as a Service e como o avanço do Open Finance — liberdade de compartilhar dados financeiros entre mais de uma instituição financeira — no Brasil pode impulsionar a tecnologia. Confira:

1- Como as empresas podem usar o modelo de Banking as a Service (BaaS) para alavancar seu negócio?

Encontramos transações financeiras em praticamente toda atividade comercial. Portanto, é possível monetizá-las em benefício da empresa geradora destas transações.

O BaaS, que nasceu inicialmente para servir fintechs, agora também chega ao mundo empresarial. O conceito de “embedded finance” traduz bem a oportunidade de embarcar serviços financeiros dentro de empresas não financeiras.

2- Existe algum setor que, em sua opinião, seja mais aderente ao modelo de BaaS?

O BaaS necessita de escala e um volume transacional relevante. Portanto, é um modelo que independe da área de atuação. Empresas que têm muitos funcionários, que emitem muitos boletos ou pagam muitos fornecedores são setores-alvo.

3- Como definir quais produtos e serviços são adequados para o público-alvo da empresa?

Não existe limitação. O BaaS pode ser ofertado a qualquer serviço transacional em que o público precise de um banco tradicional. Serviços mais sofisticados e/ou complexos como câmbio, investimentos e crédito imobiliário estão disponíveis na plataforma BaaS ou poderão ser acessados em breve via Open Banking.

4- O modelo de companhias com bancos embutidos já está consolidado em mercados mais desenvolvidos como EUA e Europa? E no restante da América Latina?

O BaaS pressupõe a existência de um banco para prestação de serviços. Até as fintechs precisam de bancos para viabilizar as suas operações.

Neste sentido, o Brasil oferece um desafio maior para o avanço do BaaS, já que existem somente cerca de 170 bancos. Nos EUA e na Europa, o cenário já é mais favorável. No mercado americano, por exemplo, há mais de 7.000 bancos, e no europeu, um amplo padrão geográfico e licença para o uso de moeda eletrônica.

5- Nesse cenário, quais são as projeções da Jazz enquanto empresa com o avanço do Open Banking e avanço da tecnologia e da regulação bancária?

O open banking será uma grande revolução não só para o sistema financeiro, mas para a relação do consumidor com o banco. É revolucionário uma pessoa com pouco acesso a serviços bancários poder se relacionar com o benefício social dela pelo telefone celular, por exemplo. Será uma grande ferramenta de inclusão, especialmente para pessoas fora dos centros.

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