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JP Morgan define ação como a sua “principal escolha de tecnologia na América Latina”

17 dez 2025, 13:04 - atualizado em 17 dez 2025, 13:06
Totvs
(Imagem: REUTERS/Aluisio Alves)

O JP Morgan iniciou a cobertura das ações da Totvs (TOTS3) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 59 para o fim de 2026, o que representa um potencial de alta de 33% em relação ao preço de abertura desta quarta-feira (17). Segundo o banco, a companhia é hoje sua principal escolha (top pick) entre as empresas de tecnologia da América Latina.

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Na visão do time do banco americano, liderado por Marcelo Santos, Totvs está bem posicionada para crescer além do seu negócio tradicional de sistemas de gestão empresarial (ERP), ampliando o número de clientes e serviços. Um dos principais motores dessa estratégia será a aquisição da Linx, anunciada em julho deste ano.

“Nossa recomendação overweight reflete fortes perspectivas de crescimento”, afirma o JP Morgan. “A Totvs vem expandindo sua atuação para além do ERP tradicional, ao mesmo tempo em que mantém uma posição dominante entre pequenas e médias empresas, com vantagens competitivas relevantes. Além disso, esperamos sinergias importantes com a aquisição da Linx.”

Na frente da aquisição, os analistas destacam que as duas empresas têm atuações complementares. Enquanto a Totvs é mais forte em segmentos como atacado, supermercados e restaurantes do tipo casual dining, a Linx tem maior presença em drogarias, lojas de vestuário, postos de combustíveis, redes de fast food, concessionárias de veículos e home centers.

Na prática, a visão é de que a operação amplia a presença da Totvs no varejo e abre espaço para vender mais produtos a uma base maior de clientes.

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Embora o negócio ainda dependa de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o JP Morgan avalia que a liberação é provável. O banco assume que a consolidação da Linx nos resultados da Totvs comece a partir do primeiro trimestre de 2026, com contribuição de R$ 1,1 bilhão em receita e R$ 239 milhões em Ebitda ajustado.

Com a incorporação da Linx, o JP Morgan projeta que a Totvs alcance uma receita total de R$ 8,2 bilhões em 2026, ante R$ 6,1 bilhões em 2025, um crescimento de cerca de 34% em um ano. Já o Ebitda ajustado deve subir de R$ 1,5 bilhão para R$ 2,03 bilhões no mesmo período.

No longo prazo, a expectativa é ainda de que a margem Ebitda avance gradualmente e atinja 29% até 2030, frente aos cerca de 25,4% atuais. O banco também considera cerca de R$ 1 bilhão em ágio contábil gerado pela aquisição da Linx, que pode trazer benefícios fiscais ao longo dos próximos anos.

O JP Morgan ainda vê valor nos dois braços menores da companhia: o de marketing (com destaque para a CRM) e a joint venture financeira com o Itaú (ITUB4), que oferece serviços bancários diretamente aos clientes da Totvs. Nesta última a visão é de que ela funciona como uma opção de crescimento de baixo custo no chamado “banking embarcado” (oferecendo produtos aos clientes do negócio principal).

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Segundo o relatório, a Totvs detém cerca de 55% de participação de mercado em ERP no Brasil, de acordo com a consultoria Gartner, com mais de 70 mil clientes. Aproximadamente um quarto do PIB brasileiro passa por seu ecossistema. A taxa anual de cancelamento de clientes (churn) é de cerca de 5,5%, considerada baixa, o que reflete os altos custos de troca desse tipo de software.

Por fim, o JP menciona que a empresa vem ampliando sua atuação com soluções de computação em nuvem, recursos humanos, automação de vendas, softwares verticais, análise de dados e inteligência artificial. Segundo a IDC, a Totvs tem cerca de 15% de participação no mercado ampliado de aplicações de gestão. O gasto do Brasil com esse tipo de software foi de 0,1% do PIB em 2023, bem abaixo dos 0,4% registrados nos países da OCDE, o que, na visão do banco, reforça o potencial de crescimento do setor nos próximos anos.

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Jornalista formado pela Unesp, tem passagens pelo InfoMoney, CNN Brasil e Veja.
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