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Latam e mais 10 companhias aéreas que estão por um fio

26 jun 2020, 16:45 - atualizado em 26 jun 2020, 16:45
À espera de ajuda: no Brasil, Latam negocia pacote de socorro com o governo federal (Divulgação/Facebook da GRU Airport)

Não há dúvidas de que o setor de viagens e turismo é um dos mais afetados pela pandemia de coronavírus. As medidas de isolamento social e fechamento de atividades não-essenciais, a fim de evitar a propagação de casos, derrubou o número de viagens aéreas em todo o mundo.

É fácil entender o porquê. Segundo o Bank of America (BofA), atualmente, 126 países estão completamente fechados para estrangeiros. Apenas cidadãos, residentes e estrangeiros em missões especiais podem passar pela alfândega.

Outros 64 estão parcialmente fechados, e impõem uma série de condições para que um estrangeiro desembarque por lá.

Apenas uma minoria de nações está mais flexível: 7 países preparam-se para reabrir as fronteiras, enquanto outros 22 já estão completamente abertos.

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O impacto sobre as companhias aéreas foi brutal. Um relatório do BofA, obtido pelo Money Times, analisa as medidas que empresas do setor, em todo o mundo, adotaram para mitigar os efeitos da pandemia sobre os negócios, cortes de custos e redução da oferta de assentos.

Mas há um grupo de 11 companhias aéreas que estão por um fio – aquelas que já pediram recuperação judicial ou precisam de um plano de resgate do governo para seguir operando. Veja, a seguir, quais são elas:

Latam: em 26 de maio, a Latam Airlines, mais cinco subsidiárias (Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos), pediram recuperação judicial, amparadas pelo Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA. As subsidiárias do Brasil, Paraguai e Argentina negociam pacotes de socorro com os respectivos governos locais.

Lufthansa: em 25 de maio, a companhia comunicou que o fundo de estabilização econômica da Alemanha aprovou um pacote socorro de US$ 9,8 bilhões. Em troca, o governo alemão deterá 20% da aérea, podendo chegar a 25%. A liberação dos recursos, contudo, ainda precisa ser aprovada pelo conselho de administração da Lufthansa e por órgãos regulatórios da União Europeia.

Avianca: em 12 de maio, a colombiana Avianca apresentou seu pedido de recuperação judicial. A terceira maior companhia aérea da América Latina citou, explicitamente, o impacto da Covid-19 como uma das razões para tanto.

Air France-KLM: em 24 de abril, a companhia obteve um empréstimo de US$ 7,6 bilhões, concedido pelos governos da França e da Holanda. Entre as obrigações para obter os recursos, estão cláusulas “verdes”, como o compromisso de reduzir em 50% a emissão de gás carbônico em dez anos. A empresa espera cortar 8.300 funcionários com um plano de demissões voluntárias.

Virgin Austrália: em 20 de abril, a Virgin passou para o regime de administração judicial (voluntary administration, no original em inglês), com o objetivo de se recapitalizar e se fortalecer diante da pandemia. Neste regime, um interventor externo é indicado para reestruturar a empresa em dificuldades.

Air New Zealand: o governo neozelandês concedeu um empréstimo de US$ 513 milhões, com prazo de dois anos, à companhia aérea. Em meados de março, o país já havia liberado outra linha de crédito de US$ 342 milhões.

Finnair: o governo finlandês estaria preparando um pacote de socorro à empresa, no valor de 600 milhões de euros. A Finnair é uma companhia de capital misto controlada pelo governo, que detém 56% de seu capital.

Norwegian Air: em 19 de março, o governo da Noruega ofereceu um pacote de garantias de US$ 535 milhões para a indústria aeronáutica local. Metade disso foi direcionada para a Norwegian Air.

Alitália: o governo italiano reservou 500 milhões de euros para ajudar o setor de aviação. Boa parte do dinheiro irá para a tradicional companhia.

FlyBe: em 5 de março, a empresa de voos regionais do Reino Unido pediu falência. Estima-se que ela respondesse por 40% dos voos domésticos do país.

Meridiana: em 25 de fevereiro, a segunda maior companhia aérea da Itália, atrás apenas da Alitália, cancelou as operações e decretou falência.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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