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Leite dá trégua para bolso; veja por que preço do produto caiu 23%

03 out 2022, 10:53 - atualizado em 03 out 2022, 10:53
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A prévia da inflação mostra uma queda de 5,08% dos laticínios em setembro. (Imagem: Envato Elements)

O leite e derivados foram os produtos que mais pesaram no bolso do consumidor nos últimos meses. Em agosto, a categoria acumulou alta anual de 60,81% nos preços, segundo os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

No entanto, os valores estão arrefecendo: a prévia da inflação mostra uma queda de 5,08% dos laticínios em setembro, puxado pelo leite longa vida, que caiu 12,01%.

De acordo com o Centro de Inteligência do Leite da Embrapa, no mercado atacadista, a queda do produto foi ainda maior, de -23,5% em agosto.

Nas altas e baixas do leite

A forte pressão sobre o preço do leite e seus derivados foi motivada por vários fatores. Um deles foi o período de entressafra, que ocorre nos meses de outono/inverno, quando há menos pasto para o rebanho. Com isso, a tendência é de um maior gasto com ração e declínio da produção.

Esse é um fator já conhecido pelo mercado. O problema é que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia encareceu os fertilizantes, combustíveis e commodities agrícolas, que pressionaram ainda mais o custo. Também é importante considerar a alta do dólar na composição do preço.

Agora, o cenário é outro: com a chegada da primavera no Brasil, já é possível perceber um aumento na produção.

“O spot [diferença entre compra e venda] registrou queda de 37,6% no preço praticado em agosto, fechando a segunda quinzena a R$ 2,83 o litro”, afirma Glauco Carvalho, pesquisador da Embrapa. “Isso sinaliza uma rápida mudança de tendência em relação aos últimos meses, demonstrando que começou a haver maior quantidade da matéria-prima disponível na indústria”.

Os produtores também investiram mais na alimentação do rebanho e as vacas responderam com maior volume de leite.

Outro fator que puxa os preços do leite para baixo é a queda na procura pelo produto por parte do consumidor. “A inflação comprometeu o poder de compra dos salários e impôs dificuldades para o mercado assimilar o aumento dos preços, o que causou redução significativa da demanda”, afirma Carvalho.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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