Comprar ou vender?

Lojas Renner (LREN3): Sentimento com ações parece estar ‘no fundo do poço’; oportunidade de compra?

04 ago 2023, 16:31 - atualizado em 04 ago 2023, 16:31
Lojas Renner
Lojas Renner: Passado o segundo trimestre ruim, mercado começa a olhar para frente (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

As ações da Lojas Renner (LREN3) estão entre as maiores altas do Ibovespa nesta sexta-feira (4), após a divulgação pela companhia dos números do segundo trimestre.

Às 16h, os papéis da varejista de moda disparavam 5,98%, negociados a R$ 19,66 cada. No mesmo horário, o Ibovespa marcava queda de 0,70%.

Para analistas, os resultados reportados vieram mais fracos, com Realize sendo o destaque negativo da temporada. O Itaú BBA destaca, em relatório publicado hoje, que o braço financeiro da Renner apresentou uma deterioração maior que o esperado em formação de NPL (crédito não produtivo).

O BBA diz ainda que, embora tenha uma participação pequena nos resultados, a Realize se tornou uma grande questão entre os investidores, que têm encontrado dificuldades em conectar o discurso da administração com a performance constantemente fraca da divisão.

O Santander diz que o lucro da divisão financeira chegou a bater as estimativas da casa, mas veio poluído com uma taxação de imposto positiva, visto que a carga tributária superou as expectativas devido ao benefício de R$ 54 milhões em juros sobre o capital próprio (JCP) e benefício fiscais no valor de R$ 48 milhões.

Procurada pelo Money Times, a empresa não se manifestou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para seu posicionamento.

A Lojas Renner encerrou o segundo trimestre do ano com lucro líquido de R$ 229,7 milhões, tombo de 36% em relação ao mesmo período de 2022, segundo dados financeiros divulgados pela empresa. A Renner afirmou em relatório que a contração é explicada pela menor geração operacional dos segmentos de varejo e serviços financeiros.

Apesar da queda, a linha superou as expectativas. O consenso do mercado esperava ganhos na ordem de R$ 201 milhões, de acordo com um levantamento da Bloomberg.

A receita da Renner recuou no trimestre, refletindo vendas menores devido a um inverno mais fraco, renda disponível das famílias mais apertada e base de comparação mais difícil, levanta a XP Investimentos.

A corretora ressalta que a rentabilidade foi o destaque negativo dos resultados no período, visto que a margem bruta recuou 2,3 pontos percentuais no comparativo anual, enquanto a margem Ebitda ajustada perdeu 3,8 pontos percentuais.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 481,6 milhões no segundo trimestre, volume 31,4% menor em relação a um ano antes, com margem de 16,1%.

Mercado machucou demais LREN3?

Analistas acreditam que as ações da Renner oferecem a maior assimetria dentro do universo de varejo. Com perspectivas de melhora para o braço varejista, principal operação do grupo, no segundo semestre do ano, o BBA tem recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) e preço-alvo de R$ 27.

O Santander, também com classificação de outperform, avalia que, com o segundo trimestre negativo ficando para trás, o mercado deve focar agora em sinalizações por parte da administração da companhia quanto a aumento de volumes com níveis adequados de estoque, “o que poderia indicar um início mais promissor para o segundo semestre de 2023”. Como o BBA, o Santander está de olho no valuation barato da empresa.

De acordo com o Bradesco BBI, o sentimento em relação à Lojas Renner parece estar “no fundo do poço”. Portanto, sinalizações mais claras de recuperação de vendas e rentabilidade podem abrir espaço para uma assimetria positiva, pelo menos no curto prazo.

O BBI tem recomendação de compra para as ações também, com alvo ao fim de 2024 de R$ 25.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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