Política

Lula defende direito ao aborto e diz que é uma questão de saúde pública

06 abr 2022, 13:27 - atualizado em 06 abr 2022, 13:34
Lula
Lula disse que enquanto mulheres pobres morrem tentando abortar, “madames podem fazer um aborto em Paris” (Imagem: REUTERS/Carla Carniel)

Pré-candidato à presidência da República, Lula (PT) defendeu o direito ao aborto durante a sua fala em um evento na última terça-feira (5). Segundo o petista, o tema deve ser tratado como uma questão de saúde pública.

Lula participava de o debate “Brasil-Alemanha – União Europeia: desafios progressistas e parcerias estratégicas”, promovido pelas fundações Perseu Abramo e Friedrich Ebert, em São Paulo. O ex-presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz, estava presente.

No Brasil, o aborto é proibido, salvo raras exceções, quando há risco de morte da mãe, se a gravidez é resultante de um estupro e se o feto não tiver cérebro.

Lula disse que enquanto mulheres pobres morrem tentando abortar, “madames podem fazer um aborto em Paris” ou “ir para Berlim procurar uma clínica boa”.

“Aqui no Brasil ela não faz porque é proibido, quando na verdade deveria ser transformado numa questão de saúde pública e todo mundo ter direito e não ter vergonha”, declarou.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 2015 e 2019 73,3 milhões de abortos ocorreram no mundo. Na América Latina, 75% dos procedimentos são feitos de forma insegura.

Ainda que a legislação seja rígida em grande parte da região, alguns países têm caminhado para a descriminalização, como é o caso da Argentina e da Colômbia.

Tema caro aos evangélicos

Ainda que a defesa do aborto como direito seja uma pauta da esquerda, falar abertamente sobre a sua descriminalização ou legalização sendo candidato costuma causar bastante repercussão, visto que o tema afasta uma parcela dos eleitores, como é o caso dos evangélicos.

A fala de Lula foi repercutida, por exemplo, por Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos. Em uma postagem no Instagram, a ministra declarou que a “pauta do ex-presidente sempre foi a cultura da morte”.

“Observem que ele hoje está defendendo o aborto, e amanhã ele com certeza defenderá a eutanásia e depois a eugenia. Eles abraçam e defendem uma pauta que jorra sangue”, declarou.

O deputado federal Marco Feliciano também se manifestou, postando em seu Twitter que o ex-presidente “apoiava o aborto e convocava os seus para intimidarem parlamentares contrários ao comunismo”.

A última edição da pesquisa eleitoral XP/Ipespe aponta que o presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda lidera entre esta parte do eleitorado, com 40% das intenções de voto. Lula fica em segundo lugar, com 33%.

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