Eleições 2022

Lula vs Bolsonaro: O que esperar do debate da Band? Muda votos? Propostas ou ofensas? Veja

16 out 2022, 13:00 - atualizado em 16 out 2022, 19:10

O atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estarão frente a frente hoje, após 20h, na TV Bandeirantes, para debater o futuro do Brasil pelos próximos quatro anos.

O encontro, que também conta com a organização da TV Cultura, Folha de S.Paulo, UOL e CNN Brasil, será o primeiro do segundo turno e dará a oportunidade aos dois candidatos, que polarizam desde, pelo menos, 2021, quando Lula teve sua condenação anulada pelo STF, de travarem embates mais diretos, o que ocorreu de maneira tímida nos debates do primeiro turno.

Para a doutora em ciência política pela Universidade Federal do Paraná, Sandra Avi dos Santos, os debates são momentos únicos da campanha, pois expõem o preparo e as propostas dos candidatos.

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“Apesar dos candidatos ensaiarem as respostas, qualquer deslize pode repercutir negativamente ou qualquer acerto pode repercutir positivamente”, argumenta.

Veja a seguir as principais perguntas e respostas do debate desta noite:

O debate tira ou ganha votos?

A professora Sandra explica que há dois tipos de eleitores que assistem aos debates: os convictos e os indecisos.

No primeiro grupo, o debate será usado para reafirmar os argumentos a favor do seu candidato.

“Os debates não promovem a mudança no eleitor, mas reforçam as escolhas que já foram feitas”, discorre.

No caso do outro grupo, se dará preferência pela oposição de propostas e políticas públicas que possam melhorar a sua vida.

Quais serão as estratégias de Lula e Bolsonaro?

A especialista lembra que no primeiro turno, Bolsonaro falou mais para os seus eleitores e sua base de apoio. “Ele tem uma postura mais truculenta, mais de chamar para briga”, completa.

Lula, segundo Sandra, teve uma disposição de relembrar os seus feitos, mas tratou pouco de suas propostas futuras.

“Hoje, como teremos um debate somente entre os dois, o tempo para se aprofundar nas propostas é maior. Se tiverem bem orientados, a estratégia deverá ser essa, de quem apresentará as melhores propostas. O eleitor, principalmente o indeciso, já está cansado de eleição. Eles não querem truculência, querem propostas”, afirma.

Propostas ou ataques?

Até o momento, as propagandas eleitorais estão sendo travadas com ataques e termos como “satanismo” e “canibalismo”. Será diferente no debate?

Para a professora Sandra, talvez continuemos a ver mais embates do que propostas.

“A partir do momento que se desqualifica o seu oponente, ele terá que se defender e menos tempo para apresentar a sua proposta”, afirma.

Com isso, explica, o candidato com menos propostas começa a atacar o outro candidato para que esse caia na sua teia e entre em um círculo vicioso de ataques.

“Nesse ponto, é provável que tenhamos um debate com mais ataques do que propostas”, prevê.

Mas formato pode ajudar…

Apesar disso, a cientista política diz que o formato da Band pode fazer com que Bolsonaro e Lula debatam mais propostas.

Diferente dos debates do primeiro turno, esse encontro terá um banco de horas, ou seja, cada candidato deverá controlar seu tempo entre a resposta e tréplica.

O tempo geral é de 15 minutos, e cada candidato escolhe se usa seu tempo com perguntas ou respostas mais longas.

Os postulantes terão cerca de 80% do tempo disponível para perguntar, responder, replicar ou treplicar, destacou o diretor de Jornalismo da Band, Fernando Mitre.

Na visão de Sandra, infelizmente, no debate da Globo houve mais memes do que proposta, principalmente porque foi mais engessado e tarde da noite.

“Quem organizou o melhor debate? Foi a Band, porque eles estão atualizando o modelo de debate a cada ano, então o modelo da Band, você pode comparar com a Globo, ele teve menos ataques e mais propostas no geral durante o primeiro turno”, completa.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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