Magazine Luiza (MGLU3): O tamanho da oportunidade da Galeria Magalu, segundo 4 analistas
Na última quarta-feira (10), o Magazine Luiza (MGLU3) abriu as portas da Galeria Magalu para analistas de bancos e corretoras, que gostaram do que a varejista apresentou.
Localizada na Avenida Paulista, a Galeria reúne as lojas do Magazine Luiza, KaBuM!, Netshoes, Época Cosméticos e a Estante Virtual no espaço de mais de 4 mil metros quadrados antes ocupado pela Livraria Cultura, no Conjunto Nacional.
O analista Vitor Pini, do Safra, avalia positivamente o novo formato, uma vez que esse tipo de loja de departamento deve representar uma oportunidade de crescimento a partir da oferta de um sortimento completo, combinada com uma experiência de compra aprimorada, que pode impulsionar o crescimento das vendas.
“Esse tipo de loja permite à Magalu melhorar seu portfólio de marcas e a experiência do cliente. Também acreditamos que a MGLU pode expandir a presença das lojas Época Cosméticos e Netshoes, já que ambas as categorias oferecem oportunidades para crescimento físico (B&M), enquanto reduzem a dependência da empresa em categorias principais e sua exposição à taxa Selic”, diz o analista.
Apesar do otimismo, o Safra pontua que o cenário macroeconômico desafiador de curto prazo reforça a postura cautelosa em relação ao Magazine Luiza e ao setor de consumo discricionários em geral. Dessa maneira, o banco mantém postura conservadora e recomendação Neutra.
O BTG Pactual destaca que a ideia do novo formato de loja física ganhou força após a expansão da loja localizada na Marginal Tietê aumentar a receita mensal de R$ 6 milhões para quase R$ 15 milhões com maior tráfego e oportunidades de cross-selling (venda cruzada).
A expectativa do Magazine Luiza é de que a Galeria Magalu se torne a campeã em faturamento.
Apesar do sell-off (vendas) histórico, o BTG avalia que a empresa segue pressionada por menor crescimento do volume bruto de mercadorias online, impacto do juro alto no Luizacred e custo elevado de antecipação de recebíveis, que afetam receita e lucro líquido.
Mesmo assim, os analistas sustentam a recomendação de compra. De acordo com eles, a empresa mostrou tendências saudáveis de rentabilidade e geração de caixa livre.
Cenário macro e concorrência pesam
Analistas do Itaú BBA avaliam que os lucros da Magalu continuam limitados pela concorrência e por fatores macroeconômicos desfavoráveis, com a taxa de juros elevada e alto endividamento das famílias.
“Os resultados recentes refletem uma postura que prioriza a lucratividade, mas o custo de capital continua pressionando os lucros, e o crescimento é limitado por um cenário macroeconômico difícil e pela intensa concorrência online”, pondera a equipe de analistas liderada por Rodrigo Gastim.
Ainda que considerem a Galeria como opções atraentes, a expectativa é de um alívio imediato limitado no resultado financeiro até que a situação macroeconômica melhore.
A XP Investimentos pontua que, olhando para o futuro, a gestão do Magazine Luiza vê 40 a 50 locais potenciais para replicar versões modulares da Galeria Magalu ou até explorar unidades independentes para as marcas do grupo.
“Paralelamente ao canal físico, a Magalu também avança com IA, com dados iniciais mostrando taxas de conversão mais altas. Mantemos nossa recomendação Neutra“, diz a equipe liderada por Danniela Eiger.
Galeria Magalu
Em coletiva de imprensa com jornalistas, realizada na segunda-feira (8), o CEO Frederico Trajano classificou o projeto como um “brand place“, local que aponta como um centro para reunir grandes marcas dentro das empresas, parte do ecossistema Magazine Luiza.
“Buscamos ressignificar a loja de departamento, que estava sofrendo problemas de fluxo e queríamos repensar isso em um conceito mais moderno, digital e futurista, que conseguisse manter o que a loja de departamento tem de bom, mas resolvendo dois problemas: de fluxo e viabilidade econômica”, disse o CEO durante a coletiva.
Sem abrir dados sobre o investimento ou expectativa de faturamento por loja, Fred Trajano e o Fabrício Garcia, vice-presidente comercial e operacional da varejista, apontaram que a Galeria Magalu deve ter o maior faturamento da companhia.
O CEO do Magalu reconhece a sensibilidade do atual patamar de juros — atualmente com a Selic em 15% —, que gerou a necessidade de uma equação econômica que tornasse o negócio viável. Neste sentido, a companhia aposta também nos ads (advertisement) dentro da loja-conceito.
Repleta de espaços publicitários, marcas pagam o Magalu para serem exibidas dentro da loja. Apenas com ads, a companhia espera recuperar o investimento feito na loja em um ano e meio.
Hora de comprar ou vender?
| Banco/Corretora | Recomendação | Preço-alvo |
|---|---|---|
| Safra | Neutra | R$ 12 |
| BTG Pactual | Compra | R$ 14 |
| Itaú BBA | Neutra (Market Perform) | R$ 10 |
| XP Investimentos | Neutra | — |