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Maior bloco de Bitcoin (BTC) já minerado pode originar primeira grande coleção de NFTs na rede

02 fev 2023, 13:05 - atualizado em 02 fev 2023, 13:05
Minerar bitcoin
Confira o que são os NFTs da rede Bitcoin e as críticas feitas à novidade (Imagem: Unsplash/Michael Förtsch)

A empresa de mineração de Bitcoin Luxor extraiu o maior bloco de Bitcoin de todos os tempos em 1º de fevereiro para criar o que parece ser uma possível coleção de NFTs.

Extraído junto ao bloco, surge um NFT baseado no meme original “dinheiro mágico da internet”, mas apresentando o nome Taproot Wizards.

O bloco tinha 3,96 MB de tamanho, um pouco abaixo do limite de 4 MB do Bitcoin, e o NFT custou US$ 209 em taxas de transação (embora potencialmente pago apenas para si mesmo). 

O NFT aproveitou o mesmo desconto usado pelo projeto NFT Ordinals ao colocar texto extra no blockchain Bitcoin.

“Eis o Mago da Raiz Principal, solto e liberto de sua escravidão!”, disse Luxor no Twitter. “Ele se recusa a ser censurado, ele se recusa a ser silenciado.”

O NFT surge em meio a um debate na comunidade Bitcoin sobre se esses NFTs são um uso razoável do blockchain ou se são spam e devem ser desencorajados ou mesmo eliminados. Luxor parece estar argumentando que eles pertencem ao Bitcoin.

Recentemente, o lançamento de um protocolo de token não fungível (NFT) na rede principal do Bitcoin dividiu a comunidade cripto sobre se isso seria bom para o ecossistema Bitcoin.

Entre críticas e elogios, os argumentos foram desde o aumento na taxa de rede – que favorece mineradores e mantém a rede saudável – e a elitização de jpegs como forma de destruir a democratização da criptomoeda.

O protocolo, conhecido como “Ordinals”, foi criado pelo engenheiro de software Casey Rodarmor, que lançou oficialmente o programa na rede principal do Bitcoin após uma postagem no blog de 21 de janeiro.

Basicamente, o protocolo permite uma versão Bitcoin dos NFTs – descritos como “artefatos digitais” na rede Bitcoin. Esses “artefatos digitais” podem incluir imagens JPEG, PDFs ou formatos de vídeo ou áudio.

Como funcionam os NFTs no Bitcoin (BTC)?

O protocolo Ordinals é basicamente uma solução alternativa, mas fornece uma nova maneira de armazenar NFTs no blockchain do Bitcoin.

Essa nova maneira se deve a atualizações, como Segwit em 2017 e a mais recente, Taproot, em 2021.

Há duas coisas que se destacam quando se fala de NFTs no Bitcoin. Primeiro, eles são compostos inteiramente de dados na cadeia.

Isso significa que a imagem real do próprio NFT é armazenada no blockchain, em vez de simplesmente vincular a alguma imagem armazenada em um site externo, como ocorre na grande maioria dos NFTs em Ethereum.

A grande maioria dos NFTs em Ethereum possui sua imagem armazenada em alguma base de dados, descentralizada ou não, e vinculada a uma série de metadados que estão no blockchain.

O pesquisador sueco (e ex-CIO da Arcane Assets) Eric Wall estima que o armazenamento de NFTs totalmente on-chain agora é sete vezes mais barato no Bitcoin do que no Ethereum.

O segundo destaque é que os NFTs estão conectados com satoshis individuais. Isso é diferente do Ethereum, onde os NFTs são mais suportados nativamente e cada um tem seu próprio token.

Macacos me mordam, NFTs no Bitcoin

Dan Held, foi um dos que participaram do desenvolvimento, argumentando a favor. Para ele, a novidade poderia impulsionar uma demanda por espaço no bloco e, com isso, nas taxas também.

As taxas da rede no Bitcoin são competitivas entre usuários de forma automática. Os validadores tendem a adicionar a transação com maior taxa nos blocos, o que aumenta o preço devido ao efeito de oferta e demanda.

Held também defende que poderia ao mesmo tempo trazer mais casos de uso para o Bitcoin.

O usuário do Twitter “Bitcoin is Saving” argumentou para seus 237.600 seguidores em 29 de janeiro que “brancos ricos privilegiados” que desejam usar JPEGs como símbolos de status podem excluir pessoas marginalizadas de participar da rede Bitcoin.

Em resposta, Neil Jacobs – apresentador de um famoso programa de podcast sobre o assunto – discute que as taxas seriam mais caras no futuro, e por isso as segundas camadas da rede, como a Lightning, estariam sendo desenvolvidas atualmente.

“Por mais caro que seja executar um nó, não tenho certeza do tamanho do impacto que isso terá. O tempo vai dizer”, diz.

Outros, como o CEO da Blockstream e desenvolvedor principal do Bitcoin, Adam Back, não ficaram felizes com a cultura de memes sendo trazida para o Bitcoin, sugerindo que os desenvolvedores levam a “estupidez” para outro lugar.

“‘Você não pode pará-los.’ Bem, claro! Bitcoin é projetado para ser resistente à censura. Não nos impede de comentar levemente sobre o puro desperdício e estupidez de uma codificação. Pelo menos faça algo eficiente. Caso contrário, é outra prova de consumo de espaço em bloco”, disse.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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