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Maioria de fundos ignora diversidade racial, diz pesquisa

17 nov 2020, 16:13 - atualizado em 17 nov 2020, 16:13
Trabalho Jovens Negros
Bancos e gestoras de ativos britânicos estão sob pressão para divulgar uma lista de etnias em seu quadro de funcionários (Imagem: Pixaba)

A maioria das gestoras de ativos globais não tem monitorado a diversidade racial de seus funcionários, o que coloca em risco fluxos de capital de investidores com foco social, segundo pesquisa da consultoria de pensões Redington.

Cerca de 56% das empresas pesquisadas disseram que não coletam dados sobre raça entre funcionários, segundo pesquisa com mais de 100 gestoras com US$ 1 trilhão em ativos totais. Entre as gestoras que coletam esses dados, 52% delas não têm negros na equipe de investimentos, disse a pesquisa.

“Os números são muito, muito baixos – não está na cabeça das gestoras de ativos e deveria estar”, disse Nick Samuels, responsável por pesquisa de gestores na Redington. “Esses são números desconfortáveis e precisam ser corrigidos”, disse em entrevista.

A sub-representação de minorias se deve a uma combinação de falta de pessoas disponíveis, empresas menos diversificadas vistas como menos atraentes para as minorias e um reflexo das disparidades já existentes na sociedade, disse a Redington no relatório. Em comparação, a pesquisa revelou que o gênero era medido por mais de 75% das empresas.

Bancos e gestoras de ativos britânicos estão sob pressão para divulgar uma lista de etnias em seu quadro de funcionários, após os protestos liderados pelo movimento Black Lives Matter nos EUA e Reino Unido em 2020. O regulador de mercados do Reino Unido alertou que o setor financeiro precisa aumentar a diversidade e disse que pode bloquear indicações no alto escalão de empresas que não mostram suficiente avanço.

“O que estamos fazendo é direcionar os holofotes para a comunidade de gestão de ativos para envolvê-los e impulsionar a agenda de contratação de equipes de investimento mais diversificadas”, disse Samuels. “Certamente, podemos direcionar muito dinheiro e, se as coisas não correrem do jeito que esperamos no futuro, retiraremos capital.”

Uma forma de as gestoras de ativos avançarem na questão é por meio de estágios. O cofundador da Redington, Dawid Konotey-Ahulu, ajudou a iniciar um programa que oferece estágios para estudantes negros no início de suas carreiras em gestão de investimentos. O programa, chamado 100 Black Interns (100 estagiários negros), começará em meados de 2021.

Gestoras de ativos no Reino Unido podem precisar acelerar seus esforços de diversidade diante do lento progresso visto até agora, disse Sarah Jane Mahmud, analista sênior da Bloomberg Intelligence.

“Os retardatários correm risco de rebaixamentos por parte de consultores de investimento e poderiam perder retornos sólidos” por não trabalharem com equipes que representam melhor a sociedade, disse Mahmud em relatório de 16 de novembro.

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