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Marco temporal: STF barra, mas Senado aprova; o que o agro pode esperar?

28 set 2023, 15:51 - atualizado em 28 set 2023, 15:51
marco temporal agro
(Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Na última quarta-feira (27) o Senado aprovou o marco temporal que demarca as terras indígenas por um placar de 43 votos a favor e 21 votos contra.

No entanto, na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, por 9 votos contra 2, a definição da tese como inconstitucional, tema da coluna do André Passos nesta semana.

A proposta segue agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para entender o que esperar para o setor do agro, o Money Times conversou com o cientista político e professor do Insper, Leandro Consentino.

O que o agro pode esperar?

Na visão de Consentino, trata-se de um impasse constitucional, já que o STF já havia barrado a decisão com um placar favorável na semana passada.

“Independente do Senado ter votado a favor, o presidente Lula vetar ou não o marco temporal, ou mesmo o Senado vir a derrubar ou não esse veto, o que nós temos é uma decisão do STF dizendo que essa tese é inconstitucional. Dessa forma, estamos vendo uma queda de braço, que apesar do STF ter a palavra final, isso acontecerá mediante a um desgaste”, explica.

O cientista explica que, dessa maneira, os atores políticos se movimentam conforme as narrativas de cada um de seus públicos.

“Parte do Senado quer agradar setores favoráveis ao marco temporal, sobretudo, o agronegócio. Há uma tentativa de dar satisfação a esse setor, justamente para se eximirem de uma decisão que eles não concordam e que não agrada a maioria desses setores. Por outro lado, Lula pode vetar essa decisão na tentativa de comunicar à esquerda que ele se opõe a isso ou ele pode deixar passar porque o STF tem a palavra final, sem se ‘manchar’ pelo tema”, discorre.

Por fim, Consentino ressalta que esse impasse entre legislativo e judiciário vai além do marco temporal.

“Estamos em uma crise institucional que envolve os três poderes e que pode ter consequências bastantes complexas para o futuro. Há tentativas de criar uma legislação contrária a união afetiva entre homossexuais e questões como o aborto, no que pesa a decisões contrárias ao STF que age no vácuo de uma legislação mais específica e de acordo com princípios constitucionais. Dessa forma, temos uma crise institucional instalada bastante grave e que ultrapassa a barreira do marco temporal”, conclui.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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