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Marisa (AMAR3) apresenta prejuízo de R$ 196,4 milhões no 3T23, com disparada de 92,4%

15 nov 2023, 12:18 - atualizado em 15 nov 2023, 13:25
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“Fase de transição”: piora dos números da Marisa (AMAR3) já era esperada, segundo diretoria (Imagem: Money Times/ Márcio Juliboni)

A rede de moda feminina Marisa (AMAR3) registrou um salto de 92,4% no prejuízo líquido consolidado do terceiro trimestre (3T23), quando comparado com o mesmo período do ano passado. As perdas passaram de R$ 102 milhões para R$ 196,4 milhões.

De acordo com o release de resultados divulgado pela companhia ontem (14), a piora dos números foi causada, “principalmente pela redução de receitas com vendas de mercadorias devido ao menor nível de estoques“. A redução dos estoques é uma das estratégias da Marisa para preservar o caixa, ao mesmo tempo em que procurou ajustar o mix de produtos para uma linha mais básica e menos dependente da moda.

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“Em linha com a necessidade de privilegiar caixa e manter a Marisa em rota de ajuste da sua operação, o resultado anormal das vendas não foi surpresa e sim consequência direta da recomposição mínima de estoque, privilegiando o sortimento e produtos básicos e menos arriscados em termos de carga modal e com melhor performance de giro”, explicou a direção da empresa, logo na primeira página do relatório.

O resultado foi uma queda de 50% da receita líquida na comparação com igual intervalo de 2022, baixando de R$ 634,8 milhões para R$ 316,4 milhões. Os custos dos produtos vendidos, contudo, não caíram na mesma velocidade, o que acentuou a queda do lucro bruto para 58,5%, de R$ 271,9 milhões para R$ 112,8 milhões.

As despesas operacionais também recuaram bem menos, o que levou o prejuízo operacional, antes dos resultados financeiros, a disparar 157,5%, para R$ 143,6 milhões. Para completar, a Marisa também registrou despesas financeiras líquidas de R$ 52,8 milhões.

Marisa (AMAR3) queima caixa e vê dívida líquida subir

Se a ideia era preservar caixa, a varejista terminou setembro com uma queima de R$ 31,150 milhões, segundo outro documento, o ITR (Informe Trimestral) também apresentado ontem à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). No período de janeiro a setembro, seu caixa recuou de R$ 241,2 milhões para R$ 210,1 milhões.

A redução do caixa também impactou outra métrica acompanhada com atenção por analistas e investidores – o endividamento líquido. Embora a dívida bruta da companhia tenha recuado 14% entre o fim de junho e o fim de setembro, chegando a R$ 671,3 milhões, a menor disponibilidade de caixa fez com que a dívida líquida terminasse o 3T23 com alta de 18%, passando de R$ 380,1 milhões para R$ 448,5 milhões.

Apesar da deterioração de linhas importantes do balanço, a Marisa procurou transmitir otimismo ao mercado, tratando o desempenho no 2T23 e 3T23 como um “período de transição”. No release de resultados, seus diretores afirmam que a varejista entra no quarto trimestre “conforme esperado, com uma estrutura de capital mais adequada e com reforço de capital de giro, o que garante também normalização das atividades comerciais.”

“Ainda temos muito trabalho pela frente, mas temos certeza de que a Marisa já é uma empresa mais saudável, eficiente e com uma cultura cada vez mais voltada a resultados sustentáveis. Isso nos deixa confiantes que nossas projeções de 2024, já divulgadas ao mercado, serão materializadas”, afirma a empresa. Agora, é saber se os investidores e analistas concordam.

Veja o release de resultados do 3T23 da Marisa (AMAR3), divulgado na noite de ontem (14):

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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