Economia

Menos de 30% dos setores da economia conseguiram recuperar as perdas causadas pela pandemia de Covid-19

10 nov 2020, 19:08 - atualizado em 10 nov 2020, 19:09
Indústria Carros Setor Automotivo Montadoras
Para realizar a análise, constataram-se os níveis de demanda e venda de cada um dos setores (Imagem: Reuters/Andreas Gebert)

Menos de 30% dos setores da economia conseguiram recuperar as perdas causadas pela pandemia de Covid-19.

Estudo realizado pelo Itaú Unibanco (ITUB4) destaca quatro entre os 14 setores que tiveram retomada na economia desde o primeiro trimestre

Os impactos da crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus, que causou pânico e pavor no início do ano de 2020 para investidores e economistas, ficam cada vez mais evidentes ao longo dos meses de isolamento.

Apesar da retomada progressiva da economia, um estudo realizado pelo Itaú Unibanco destaca que essa volta está sendo desigual: apenas quatro dos 14 setores da economia recuperaram as perdas geradas pela crise.

Para realizar a análise, constataram-se os níveis de demanda e venda de cada um dos setores.

Destes, apenas o agronegócio, o setor de alimentos, alguns setores que estão envolvidos com tecnologia e poucas áreas da construção civil tiveram demanda similar ou mesmo maior do que costumavam ter no primeiro trimestre de 2020, antes da instauração obrigatória da quarentena na maior parte dos estados brasileiros.

Um dos exemplos da retomada são os aplicativos de entregas – sobretudo, os que realizam pedidos por delivery –, que registraram aumento em sua demanda desde o início da pandemia – fator altamente ligado à estadia prolongada dentro de casa.

O estudo mostra que a retomada é desigual não somente pelo tempo de reaquecimento da economia por parte da demanda, mas também – e principalmente – pela reorganização das vendas.

Setores como os de produtos eletrônicos e vestuários, alguns dos que mais sofreram perdas nos primeiros meses de pandemia, encaram agora uma demanda difícil de ser atendida.

Isso porque as empresas passaram pelo período de crise com intensas modificações em suas equipes de funcionários, concessão e captação de crédito, entre outras mudanças.

Sendo assim, com o reaquecimento no número de demandas, ainda há muito a ser feito para recuperar a atividade em total funcionamento, principalmente porque essa demanda veio em um momento no qual os setores trabalham com cerca de 50 a 60% do  limite de estoque disponível no primeiro trimestre.

A pesquisa acredita também que o motivo principal desse reaquecimento da economia veio em decorrência do pagamento das parcelas do auxílio-emergencial, porque a retomada da demanda ocorreu a partir do mês de maio – mês em que a maior parte dos beneficiados teve acesso ao uso do benefício.

Aéroporto Viagem Coronavírus
Apesar do atraso, a demanda pelo turismo tem crescido nos últimos meses, sobretudo pelo oferecimento de novos pacotes de viagens (Imagem: Pixabay)

Em entrevista ao Estadão, o economista do Itaú Unibanco Pedro Renault, responsável pelo relatório, afirma que o mercado foi pego de surpresa e que a retomada não saiu como o esperado:

“O resultado é que, temporariamente, a demanda por itens como celulares, geladeiras e produtos têxteis supera a capacidade de produção, o que pode levar a riscos temporários de desabastecimento, com impacto imediato no aumento de preços”. Ele complementa que a retomada ainda é incerta e deve ser alvo de outros estudos em faculdade de administração e economia.

A pesquisa também mostra que os setores mais atingidos pela pandemia e que terão recuperação mais atrasada são os da indústria do turismo, todo o ramo automotivo e as companhias aéreas.

Apesar do atraso, a demanda pelo turismo tem crescido nos últimos meses, sobretudo pelo oferecimento de novos pacotes de viagens, marcados com um período longo para o futuro, na expectativa de melhora e, em especial, pela vacinação contra o coronavírus.

A estatística aponta que os próximos meses aumentem a compra e venda dos serviços, ainda que muitos deles estejam debilitados em decorrência da importação e exportação de produtos. Há grande expectativa entre os produtores para a época de Natal, que bate recordes nos faturamentos anuais.

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