China

Mercado de ações da China ainda preocupa e recomendação é para fugir dos ativos do país; entenda os motivos

07 fev 2024, 16:50 - atualizado em 07 fev 2024, 16:50
china mercado de ações preocupação
Tentativa de recuperar economia chinesa por órgãos do governo ainda não traz alívio (Imagem: REUTERS/Florence Lo)

Na terça-feira (6), a Central Hujin Investment, o braço de capital do fundo soberano da China, afirmou que intensificaria a compra de ações domésticas, com a função de conter quedas prolongadas.

Entretanto, investidores estrangeiros ainda estão preocupados com riscos geopolíticos, fazendo com que as ações de Hong Kong encerrassem em baixa nesta quarta-feira (7). O índice Hang Seng (HSI) fechou em 16.081,89 pontos, queda de 0,34%.

A Comissão de Valores Mobiliários da China indicou o incentivo à obtenção de ações “A” por investidores institucionais durante um período mais longo de tempo. A CVM do país ainda proibiu o empréstimo de títulos e a venda a descoberto.

  • Por que Bradesco decepcionou o mercado com resultado do 4T23? Analista Larissa Quaresma comenta balanço do bancão e responde o que fazer com as ações agora; Confira no Giro do Mercado: 

Para Matheus Spiess, analista da Empiricus, “há dúvidas sobre a eficácia dessas intervenções a longo prazo, já que medidas como proibir vendas a descoberto e incentivar recompras de ações podem oferecer algum alívio temporário, mas não resolvem problemas estruturais”.

“Com base na história, crises imobiliárias frequentemente precedem crises bancárias, e existem claros indicativos de que uma crise bancária na China já está em curso”, finaliza Matheus, recomendando também manter distância em relação aos ativos chineses.

Apesar disso, o CSI 300, que acompanha as maiores e mais líquidas ações cotadas em Xangai e Shenzhen, subiu 4% em fevereiro, após a notícia da intervenção. Em janeiro, ele havia caído mais de 6%.

Cenário econômico da China ainda causa preocupações

Ao Financial Times, traders e gestores afirmaram que a confiança de investidores globais caiu após um ano de fraco crescimento econômico, crises no setor imobiliário, apoio insuficiente do governo aos mercados e ao desgaste das relações diplomáticas entre Pequim e Washington.

A preocupação é ainda maior por conta dos conflitos entre China e Taiwan, e o temor que o país tenha uma política externa mais agressiva com Washington, caso Donald Trump vença as eleições presidenciais dos Estados Unidos. Esses fatores poderiam inviabilizar uma recuperação nos mercados chineses.

A medida doméstica é uma tentativa de salvar o mercado de ações na China. As perdas não foram acompanhadas por uma recuperação efetiva depois do fim das políticas de restrição de “covid zero”, como era esperado.

Em outubro, as autoridades chinesas propuseram a criação de um fundo de estabilização do mercado de ações para aumentar a confiança dos investidores nacionais, mas não houve compras favoráveis por parte dos fundos desse tipo.

Também, o chefe do Partido Comunista e presidente do Regulador de Valores Mobiliários, Yi Huiman, foi demitido sem uma explicação para a decisão.

Estagiária
Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Apaixonada pela escrita e pelo audiovisual, ingressou no Money Times em 2023.
Linkedin
Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Apaixonada pela escrita e pelo audiovisual, ingressou no Money Times em 2023.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.