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Mercado interno não tem refresco com o milho, nem terá depois

02 mar 2021, 10:19 - atualizado em 02 mar 2021, 10:36
Agronegócio Milho
Condições de preços são vantajosas para os produtores mesmo considerando a safra de inverno do milho (Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil)

As exportações de milho cresceram, a colheita está atrasada e o volume total esperado nesta primeira safra é menor. Os compradores não terão refresco, inclusive depois com a oferta de inverno.

No Rio Grande do Sul, o preço CIF (com frete) bate os R$ 82 a saca. No Paraná, onde a safra verão é maior, está em R$ 78. São preços que refletem o conjunto do momento para o grão e deverá se manter ainda firme, para o analista e consultor Vlamir Brandalizze.

As chuvas que atrapalham a colheita paranaense e catarinense, por exemplo, podem dar até uma trégua, mas não muda o quadro de um volume esperado menor que na safra 19/20.

A faixa considerada por Brandalizze é de 23 milhões de toneladas, entre 2 e 3 milhões a menos, para 4,4 milhões de hectares. No mesmo período anterior, passou dos 7 milhões/ha.

Com os embarques da commodity, confirmados pela Secex, alcançando 3,4 milhões de toneladas no conjunto dos dois primeiros meses do ano, cerca de 1 milhão/t a mais que em janeiro e fevereiro de 2020, as indústrias e granjas brasileiras estão com pouca opção de negociações.

As projeções para a safra de inverno, a safrinha, ainda são acima das 75 milhões/t da última, mas há um atraso considerável do plantio, em uma bola de neve que começou com a colheita atrasada da soja (também pelo plantio tardio) e pelas chuvas no Centro-Sul.

O cereal é muito suscetível à perda de produtividade se passar da janela de plantio, o que reacende as expectativas de preços nos mercados.

Se se considerar, voltando a Vlamir Brandalizze, que a China tem expectativa de incrementar mais seu consumo, o gatilho de preços fica mais ainda pressionado. E as exportações se manterão fortes como em 2020.

Os chineses esperam plantar mais e colher 300 milhões/t, sobre as 260 milhões/t de 2020, mas é um salto muito grande.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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