Política

Mercado prevê recuo de Bolsonaro em reajuste salarial para forças de segurança

18 jan 2022, 16:50 - atualizado em 18 jan 2022, 16:53
Jair Bolsonaro
Servidores pedem reajuste de 28% — cada 1% de aumento cresce em R$ 3 bilhões as contas anuais do governo, segundo cálculos da IFI.(Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O mercado financeiro vê um provável recuo do presidente Jair Bolsonaro na concessão de reajuste salarial aos agentes de segurança. Com isso, o Ibovespa e dólar pouco refletem a pressão por aumentos para outras categorias.

Servidores públicos federais promovem nesta terça manifestações nas ruas de Brasília e a paralisação de atividades em movimento para pressionar o governo a liberar reajustes salariais, após o Executivo sinalizar o aumento apenas para forças de segurança.

Segundo o analista do banco Daycoval Vitor Suzaki, o fato de que não há espaço no Orçamento que comporte um reajuste para todas as categorias sustenta a tese de que o governo não deve ceder às pressões, recuando com o que foi sinalizado até agora.

“Além disso, o governo acumula vários recuos em outros temas espinhosos”, pondera, sobre um desgaste com uma eventual não concessão aos policiais federaispoliciais rodoviários federais e agentes penitenciários.

Para Suzaki, o reajuste para todas as categorias teria um risco grande de judicialização, com impacto “muito significativo na nossa economia, câmbio, juros e dólar”.

Servidores pedem reajuste de 28% — cada 1% de aumento cresce em R$ 3 bilhões as contas anuais do governo, segundo cálculos da Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI).

Sócio da Veronezi Investimentos, Fabio Galdino lembra que o reajuste salarial para os servidores encontra resistência do próprio Ministério da Economia e de lideranças em Brasília.

“No passado, [o presidente do Senado, Rodrigo] Pacheco e [o presidente da Câmara, Arthur] Lira já tinham se mostrado contra a alteração do Teto de Gastos”, exemplifica.

O analista diz que há outras discussões em Brasília que preocupam muito mais o mercado. “Mais importante é olhar a execução do Orçamento, com a tentativa de aumentar o viés do Auxílio Brasil”, afirma.

Por volta das 16h, o Ibovespa tinha leve alta de 0,21%, a 106.599,86 pontos, depois de ter oscilado em território negativo algumas vezes na sessão, em meio a uma baixa dos índices acionários norte-americanos.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
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