Mercado vive dia positivo com busca por risco e dólar em baixa; encontro entre Lula e Trump pode contribuir
O mercado começou a semana no positivo, com o crescimento do apetite por risco, e o dólar volta a recuar frente ao real, operando na casa dos R$ 5,30. Segundo Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, o momento é bom para países emergentes.
No Giro do Mercado desta segunda-feira (29), apresentado pela jornalista Paula Comassetto, o especialista comentou sobre a influência do cenário econômico dos Estados Unidos para impulsionar o desempenho dos ativos ao redor do mundo.
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“O mercado está com uma expectativa positiva, principalmente pelo payroll dessa semana nos EUA. Se continuar mostrando uma certa fraqueza, não vindo um desastre, traz condições do Federal Reserve (Fed) continuar sua trajetória de cortes de juros”, afirmou.
Além disso, a possível reunião entre o presidente Lula e o presidente norte-americano Donald Trump, reforça a melhora de humor.
Para Hungria, a conversa tem um peso positivo porque abre espaço para reduzir tarifas já impostas, tira do radar novas retaliações e melhora marginalmente o humor do mercado
Um eventual acordo poderia beneficiar empresas não contempladas pelas exceções às tarifas de 50% para produtos brasileiros. “Não é algo que vá fazer a Bolsa subir 3% ou 4% num dia, mas é mais um fator de sustentação”, disse.
Em relação a fraqueza da moeda americana, o analista destacou que a combinação de Selic elevada e dólar mais baixo tem gerado um efeito de retroalimentação favorável, com impacto direto nas projeções para inflação e para o câmbio.
“A Selic alta segura o dólar, o dólar mais baixo ajuda nas expectativas de inflação e esse movimento se reforça. As condições hoje estão bem melhores do que há seis meses”, afirmou.
Hungria considera que, embora o Banco Central tenha sinalizado juros estáveis em 15% por mais tempo, a desaceleração econômica e o câmbio mais comportado podem permitir um corte antes do previsto.
Sobre a possibilidade de um rali de fim de ano, contudo, Hungria mantém certa cautela. “É difícil antecipar. O que a gente tem hoje é uma melhora estrutural de condições. Bolsa barata, empresas entregando resultados melhores, dividendos elevados e perspectiva de cortes de juros aqui e nos EUA. O importante é estar posicionado para capturar essa valorização potencial”, afirmou.
O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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