Banco Central Europeu (BCE)

Mercados ainda podem estar subestimando até onde juros do BCE precisam subir, diz Rehn

16 dez 2022, 9:25 - atualizado em 16 dez 2022, 9:26
Presidente do BC da Finlândia, Olli Rehn
Rehn disse que a inflação alta pode significar elevações de 0,5 ponto percentual nos juros em cada uma das próximas duas reuniões do BCE (Imagem: REUTERS/Hannah McKay)

O Banco Central Europeu precisará de grandes aumentos de juros pelo menos em suas próximas duas reuniões e os mercados ainda podem estar subestimando até onde as taxas terão que subir, disse o presidente do banco central finlandês, Olli Rehn, nesta sexta-feira.

O BCE elevou na quinta-feira os juros em 0,5 ponto percentual, para 2%, e prometeu um “ritmo constante” de altas à frente, uma concessão depois que um grande grupo de autoridades pressionou por um aumento maior.

Rehn disse que a inflação alta pode significar elevações de 0,5 ponto percentual nos juros em cada uma das próximas duas reuniões do BCE.

“Vamos manter o rumo indicado pela presidente (Christine) Lagarde ontem e isso deve significar aumentos de 50 pontos-base nos juros nas próximas reuniões, pelo menos, até onde vejo, em fevereiro e março”, disse Rehn em entrevista à imprensa.

“Vamos manter o rumo e faremos o que for preciso para conter a inflação e estabilizá-la na meta”, afirmou. “Ainda há um longo caminho a percorrer.”

Lagarde alertou na quinta-feira que as precificações do mercado que indicam o pico esperado do ciclo de altas de juros, conhecido como taxa terminal, podem estar muito baixos, pois essas previsões são inconsistentes com a inflação recuando para 2% em tempo hábil.

Os investidores reagiram rapidamente e a precificação da taxa terminal aumentou de cerca de 2,9% para entre 3,1 e 3,2%.

Rehn, no entanto, disse que isso ainda pode não ser suficiente.

“Se a expectativa da taxa terminal pelos mercados é suficiente, ainda não se sabe. Não estou totalmente convencido disso no momento”, disse Rehn.

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