Estados Unidos (EUA)

Mercados nos EUA: fim do ‘shutdown’ não elimina incertezas com a economia, e ceticismo com IA ganha força, segundo BTG

13 nov 2025, 11:57 - atualizado em 13 nov 2025, 11:57
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(Foto: iStock - KonaRa)

O mercado norte-americano enfrenta um cenário dividido, segundo o BTG Pactual: uma economia sustentada pelo consumo e pelos investimentos em tecnologia, mas pressionada pela falta de dados oficiais após o shutdown do governo dos Estados Unidos.

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O banco destaca que a paralisação, encerrada oficialmente nesta quinta-feira (13), foi a primeira total desde 2013 e a mais longa da história — além de ter interrompido a divulgação de indicadores econômicos importantes, dificultando a leitura sobre o ritmo de atividade.

  • LEIA TAMBÉM: O Money Times liberou, como cortesia, as principais recomendações de investimento feitas por corretoras e bancos — veja como acessar 

De acordo com o relatório do banco, cada semana de paralisação representou uma redução estimada de 0,05% no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, o que pode levar a um impacto negativo de cerca de 0,3 ponto percentual (ou 1,2% anualizado) no crescimento do quarto trimestre.

Ainda assim, revisões do segundo trimestre mostraram alta de 3,8% no PIB, impulsionada pelos gastos das famílias e investimentos em tecnologia, que responderam por cerca de 1 ponto percentual do crescimento.

“À frente, a combinação de afrouxamento monetário e incentivos fiscais do pacote ‘One Big Beautiful Bill’ deve sustentar o crescimento acima do potencial até 2026”, afirmam os estrategistas do BTG.

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Fed perto de uma pausa

O Federal Reserve (Fed) reduziu os juros em 150 pontos-base desde setembro de 2024, com cortes consecutivos nasduas últimas reuniões.

Em outubro, a taxa dos Fed Funds caiu para a faixa de 3,75% a 4%, e o presidente Jerome Powell afirmou que uma nova redução “não é uma conclusão inevitável”.

Segundo o BTG, a probabilidade de pausa aumentou significativamente, embora o cenário-base do banco ainda projete um corte final de 25 pontos-base em dezembro, levando os juros para 3,50%3,75%.

“Em ambos os casos — com ou sem corte em dezembro —, o ciclo de afrouxamento se aproxima de uma pausa”, diz o banco.

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Ceticismo com a IA domina o sentimento

Depois de um ano marcado pelo entusiasmo com a inteligência artificial (IA), o BTG Pactual vê sinais claros de fadiga entre investidores.

O relatório aponta que a dívida ligada a projetos de IA já soma cerca de US$ 1,2 trilhão, tornando-se o maior segmento do mercado de grau de investimento.

Segundo o banco, até os spreads de CDS de grandes empresas de tecnologia, como a Oracle, passaram a ser acompanhados diariamente — um indício de que o mercado começa a precificar riscos concretos.

“O que antes parecia um movimento imparável agora se mostra cada vez mais frágil, impulsionado por gastos excessivos, financiamento circular e balanços alavancados em todo o ecossistema”, avalia o BTG.

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Além das dúvidas financeiras, estudos de instituições como McKinsey, MIT e Harvard reforçam o ceticismo, indicando retornos limitados ou inexistentes para a maioria das empresas que investiram em IA.

“Muitos investidores ainda veem a recente correção como oportunidade de compra, mas esse otimismo parece deslocado”, alerta o banco. Os analistas ressaltam que, no momento, a grande questão é se os volumes investidos em IA gerarão retorno econômico sustentável.

Valuation caro e riscos no horizonte

Mesmo com a desaceleração dos indicadores, o S&P 500 mantém desempenho resiliente, negociando a um preço sobre lucro (P/L) futuro de 12 meses de 22,7 vezes, acima de dois desvios-padrão da média histórica (16,3x).

Ainda assim, o BTG avalia que o perfil risco-retorno está mais equilibrado, à medida que a incerteza política, o crescimento mais lento e o enfraquecimento do entusiasmo com a IA podem levar a uma correção nos próximos meses.

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“Os resultados continuam sinalizando forte momento de lucros, mas o mercado se tornou mais sensível a choques de política e à confiança nos temas de crescimento”, diz o banco.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
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