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Mineração de bitcoin gera nova “febre do ouro” em Texas

02 dez 2019, 9:37 - atualizado em 31 maio 2020, 13:14
Northern Bitcoin e Whinstone US uniram forças para destronar a China da mineração de bitcoin (Imagem: Pixabay)

China domina a indústria de mineração de bitcoin há anos, mas uma união recente entre duas empresas de mineração ocidentais vai tornar uma pequena região do Texas na maior mineradora de bitcoin do mundo.

Com experiência de mineração de bitcoin em toda a Europa e na América do Norte, a Northern Bitcoin, localizada em Frankfurt, e a Whinstone US, no Texas, planejam construir uma mineradora de bitcoin em gigawatts, o que vai fornecer eletricidade suficiente para meio milhão de casas.

Essa planta de megamineração vai se unir a vários outros projetos menores já em Texas que podem, de forma coletiva, começar a desafiar a dominância territorial da China sobre a indústria ao dar uma parcela da ação para os EUA.

Em uma declaração, anunciando a junção, os cofundadores da Whinstone US disseram que o acordo pode “remodelar a direção futura da indústria de mineração global”.

“A construção da maior mineradora de bitcoin do mundo no Texas é um grande passo para nossa empresa de rápido crescimento e um grande sucesso para a indústria de blockchain nos Estados Unidos”, disse o COO e cofundador da Whinstone US, Lyle Theriot.

A construção da planta vai começar em 2020 quando a junção estiver completa. A fase inicial vai ser a criação de uma instalação de dados de US$ 150 milhões que ocupam quase 2,5 mil m².

Nesse estágio, a capacidade será de mais de 300 megawatts, tornando-a na maior planta de mineração de bitcoin do mundo.

A capacidade final de um gigawatt está prevista para o quarto trimestre de 2020. Espera-se que a infraestrutura sirva para outras aplicações alimentadas por energia, como renderização de vídeo e inteligência artificial.

Geograficamente, o Texas não parece uma boa opção, mas a implementação de novas mineradoras vão fomentar a economia local (Imagem: Pixabay)

Por que no Texas?

As planícies quentes e úmidas podem tornar o Texas um lugar meio improvável de se operar os chips alimentados por energia necessários para a mineração de bitcoin. Geralmente, esses dispositivos são instalados em regiões mais frias, onde há menos probabilidade de superaquecimento.

Mas o novo megaempreendimento é apenas um dentre os vários projetos de mineração de bitcoin escolhidos para construção nessa região do Texas.

Fora da cidade de Rockdale, onde, no início dos anos 1950, foi um centro movimentado da indústria de fundição de alumínio, a região ficou conhecida como “a cidade onde chove dinheiro”.

Desde que a Alcoa, grande empresa de fundição de alumínio, encerrou suas operações na região há uma década, a economia local entrou em declínio. Em 2018, o local não conseguiu captar o interesse da Amazon, que recusou uma oferta de 133 mil m² para sua segunda sede corporativa.

Um ano depois, chegou um salvador improvável: Bitmain.

Fugindo da crescente hostilidade do governo chinês e disposta a tomar vantagem da demanda abundante do estado de gás natural para geradores de energia, além das plantas abandonadas de fundição de alumínio, que ainda permanecem ligadas à rede elétrica.

Apesar de o projeto ter sofrido atrasos por conta de dificuldades financeiras seguindo a queda do bitcoin, a nova sede de mineração do bitcoin foi finalizada em outubro.

Antes de a Northern Bitcoin e a Whinstone US chegarem, essa nova planta de mineração já estava sendo cogitada para ser a maior do mundo, com planos de aumentar sua saída de energia de 25 megawatts para 300.

Além disso, vai dar vida à economia local estagnada ao criar empregos e fornecer treinamento e programas educacionais para a população.

800 km ao oeste, outro projeto de mineração de bitcoin interessante está sendo construído em vários acres de terra entre as cidades de Midland e El Paso, no Texas.

A empresa Layer-1, empresa apoiada pelo Digital Currency Group (DCG), anunciou, no mês passado, que levantou US$ 50 milhões para desenvolver uma planta de mineração de bitcoin à energia eólica, que depende de uma nova tecnologia de resfriamento que impede que os chips superaqueçam sob o sol do Texas.

De forma coletiva, esses projetos de mineração fornecem mais casos de teste para o redesenvolvimento industrial baseado em mineração de bitcoin em regiões que não têm clima fresco nem recursos renováveis de energia.

Eles também oferecem uma oportunidade de limitar alguns dos 70% da participação do mercado de mineração de bitcoin controlados pelas mineradoras chinesas. Isso poderia reduzir a ameaça hipotética ao bitcoin caso a China domine as mineradoras. 

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