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Samarco retoma negociações para reestruturar US$ 4 bilhões em dívidas, dizem fontes

05 nov 2019, 14:00 - atualizado em 05 nov 2019, 14:01
Instalações da Samarco em Mariana (MG)
A Vale e Samarco preferiram não comentar, enquanto a BHP não respondeu imediatamente a um pedido de comentário (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A mineradora Samarco, paralisada desde um acidente em 2015, deve reiniciar nas próximas semanas discussões para reestruturar 4 bilhões de dólares de sua dívida, que está em default, segundo duas fontes com conhecimento do assunto.

A joint venture entre a Vale (VALE3) e a BHP recebeu no mês passado autorização para retomar operações de sua mina de Germano, quatro anos depois do acidente em Mariana (MG) que matou 19 pessoas e contaminou rios próximos.

A licença concedida em outubro permite o início de produção de minério de ferro no segundo semestre de 2020, mas com um volume bem inferior à produção de antes do acidente, o que limita a receita que poderá ser utilizada para servir a dívida, ao menos inicialmente.

Embora as negociações para reestruturação da dívida não tenham sido formalmente suspensas, estavam em banho maria nos últimos dois anos, enquanto a Samarco negociava com o Ministério Público um calendário para retomada de suas operações.

A Vale é assessorada nas negociações pelo banco Moelis & Co, a BHP Plc, pelo Rothschild, e a Samarco, pelo JPMorgan Chase & Co, segundo as fontes.

A Vale e Samarco preferiram não comentar. A BHP não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Um acordo com os credores, que tratará tanto do prazo da dívida quanto de eventuais reduções no valor do principal, pode demorar meses para ser alcançado, segundo as fontes.

A retomada das operações da Samarco depende da adoção de tecnologias de mineração a seco que reduzem o volume de rejeitos a ser colocado nas barragens, em medidas para prevenir acidentes como o de Mariana e de Brumadinho (MG).

A produção deve ser retomada inicialmente ao nível de 8 milhões de toneladas de minério ao ano, e a Samarco deve demorar uma década para atingir o volume de produção anterior ao acidente, de 25 milhões de toneladas atuais, segundo a empresa informou no final de outubro.

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