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Movimento “Vergonha de voar” impulsionará negócios contra emissão de carbono, diz Citi

23 out 2019, 14:38 - atualizado em 23 out 2019, 14:38
Órgãos reguladores ao redor do mundo estudam cobrar impostos das companhias aéreas para compensar o impacto ambiental (Imagem: Pixabay)

A culpa que passageiros sentem em relação às emissões de poluentes em viagem aéreas é um fenômeno real que elevará os custos para essas empresas e para consumidores. Na visão do Citigroup, o quadro também vai beneficiar enormemente os negócios que se propõem a compensar essas emissões.

O custo de compensação das emissões de carbono pelas aeronaves pode ser 10 vezes maior que o setor aéreo estima atualmente, escreveram analistas do Citi, incluindo Mark Manduca, em relatório divulgado nesta quarta-feira. Somente para assentos na classe econômica, o custo anual pode subir para US$ 3,8 bilhões até 2025, abalando os lucros das companhias aéreas, segundo a análise.

Organizações como Greenpeace e Extinction Rebellion e ativistas como a ambientalista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, estão dando fôlego ao movimento de “vergonha de voar” ao enfatizar o papel da aviação no aquecimento global. Pessoas que evitam aviões em favor de alternativas mais ecológicas ou até desistem de viajar já impactam os números de passagens em partes da Europa.

“Os chamados vencedores dessa mudança geracional provavelmente serão ferrovias, governos, proprietários de florestas e esquemas de carbono”, escreveram os analistas do Citi. “Se o movimento de vergonha de voar ganhar corpo, é provável que o carbono se torne um ‘grande negócio’ por si só.”

Embora a indústria automotiva tenha progredido no sentido de usar combustíveis mais limpos, o setor de aviação continua avisando que a redução das emissões de carbono levará anos, se não décadas, considerando as limitações tecnológicas e o acesso de uma parcela cada vez maior da população global a viagens aéreas.

Embora a indústria automotiva tenha progredido no sentido de usar combustíveis mais limpos, o setor de aviação continua avisando que a redução das emissões de carbono levará anos (Imagem: REUTERS/Jamil Bittar)

Enquanto isso, órgãos reguladores ao redor do mundo estudam cobrar impostos das companhias aéreas para compensar o impacto ambiental. Trens de alta velocidade estão sendo vistos como rivais das empresas de aviação.

Cada 1% de acréscimo no preço médio das passagens aéreas devido a um aumento de impostos na aviação poderia diminuir o volume de passageiros das linhas aéreas em 0,65%, de acordo com o relatório.

Muitos viajantes estão optando por gastar com compensações de carbono — certificados que atenuam as emissões deles ao reduzir os gases causadores do efeito estufa em outras regiões do planeta.

O dinheiro que os passageiros pagam além da passagem é destinado a projetos de baixa emissão de carbono ou energia limpa, como plantio de árvores, instalação de painéis solares ou distribuição de fogões menos poluentes. Algumas companhias aéreas oferecem compensações diretamente quando o comprador paga pela passagem e dezenas de operadoras online oferecem certificados pessoais personalizados para cada voo.

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