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Mundo dos diamantes luta para manter compras de gemas russas

24 abr 2022, 9:00 - atualizado em 22 abr 2022, 21:12
Perder seus suprimentos por um período mais longo seria um abalo sísmico para o mundo dos diamantes  (Imagem: Sotheby’s)

As sanções dos EUA contra a gigante de mineração de diamantes russa geram caos no setor, e operadores e fabricantes buscam alternativas para manter uma das principais fontes mundiais de gemas preciosas.

Compradores nos grandes centros comerciais de Antuérpia e Dubai e centros de manufatura na Índia passaram as últimas duas semanas em consulta com advogados para determinar o que significam as sanções dos EUA à Alrosa e como podem continuar comprando, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

Enquanto isso, os diamantes pararam de fluir das minas russas para Surat – o epicentro mundial do corte de diamantes – porque os bancos indianos não podem ou não querem processar os pagamentos.

Uma delegação da Alrosa visitou a Índia no início desta semana e realizou reuniões com clientes e grupos comerciais para discutir como facilitar as vendas, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

A ruptura já afeta preços. O custo das pedras menores, que são a especialidade da Alrosa, começou a subir na semana passada.

A Alrosa é de controle estatal: o governo federal detém 33% e outros 25% são detidos por autoridades locais.

Perder seus suprimentos por um período mais longo seria um abalo sísmico para o mundo dos diamantes – a empresa responde por cerca de um terço da oferta global de pedras brutas, quase o mesmo nível da De Beers, que detinha o monopólio até o início deste século.

A Alrosa iria realizar sua próxima venda na próxima semana – uma das 10 que realiza a cada ano -, mas é improvável que consiga vender qualquer pedra porque os bancos não conseguem processar pagamentos, segundo as pessoas.

A collection of rough diamonds sit on a container before washing at the United Selling Organisation (USO) of Alrosa PJSC sorting center in Moscow, Russia, on Tuesday, Feb. 12, 2019. Alrosa PJSC, one of the world’s top diamond miners, is returning to crisis-stricken Zimbabwe, the latest example of Russia expanding its footprint in Africa.

Mas enquanto governos ocidentais impõem sanções à Rússia e empresas se afastam do país, muitos na indústria de diamantes da Índia ainda querem continuar comprando, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

E enquanto grandes joalherias americanas como Tiffany e Signet Jewelers disseram que vão parar de comprar novos diamantes extraídos na Rússia, varejistas em lugares como China, Índia e Oriente Médio não seguiram o exemplo.

As reuniões da Alrosa na Índia nesta semana incluíram discussões sobre como permitir que fabricantes e operadores indianos paguem pelos diamantes da Alrosa, disseram as pessoas.

Embora as discussões incluíssem o pagamento em rublos ou rúpias, nenhum acordo firme foi feito. Qualquer acordo precisará do apoio do governo indiano, que não esteve envolvido nas discussões.

A Alrosa não quis comentar.

Para a Alrosa, uma opção poderia ser vender suas gemas ao governo russo, como fez durante a crise financeira de 2008.

O Ministério das Finanças também não quis comentar.

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