AgroTimes

Na agropecuária, três ministérios (ou até quatro) vão se cruzar em terreno movediço

26 dez 2022, 9:24 - atualizado em 26 dez 2022, 9:52
lula marina silva cop 27 cop27 meio ambiente clima amazônia egito amazonas
A parta do Meio Ambiente, da virtual ministra Marina Silva, deverá interferir em políticas do Mapa (Imagem: Ricardo Stuckert)

Ainda que restem ministérios importantes dos 16 que faltam para compor a Esplanada de Brasília no governo Lula, como o do Planejamento e Orçamento, três pastas que faltam ser anunciadas carregam um denominador comum: suas políticas e programas vão cruzar o caminho da agricultura e pecuária.

Fora o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por óbvio o mais direto, a recriação do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e o do Meio Ambiente (MMA) vão transitar em um terreno movediço.

Por fora, ainda haverá o Ministério dos Povos Originários (MPO).

Salvo surpresas de última hora, os nomes que deverão ser conhecidos amanhã devem ser os do senador Carlos Fávaro (PSD-MT), para o primeiro, de Marina Silva, que retorna ao MMA – após as últimas informações quanto à nomeação de Simone Tebet para outra casa -, e o de Edegar Pretto, petista que foi candidato ao governo gaúcho nas últimas eleições.

O ministério da Agricultura e Pecuária foi desmembrado com a retomada da pasta que vai tratar de temas sensíveis com assentamentos e reforma agrária, com potencial de criar dificuldades políticas para Fávaro, no enquadramento do agronegócio avesso a qualquer coisa que venha dessa agenda.

O MDA também cuidará da agricultura familiar, que acabará transgredindo em programas que deveriam ser comuns para todo o conjunto do setor, fora a dotação orçamentária exclusiva do Plano Safra.

Já o Meio Ambiente vai demandar uma agenda de políticas de maior interesse da agropecuária, uma vez que o combate às ocupações e desmatamentos já está delimitado nas intenções declaradas do governo eleito para o Centro-Oeste e Norte. Tema também explosivo.

Certamente vai acompanhar e cobrar do Mapa o enquadramento de programas e recursos que atendam a sustentabilidade, numa linha fina no qual os produtores vão sempre discutir o que é legal e o que é ilegal, colocando em dúvida a intenção do MMA em criar mais dificuldades para o setor.

Por fim, o Ministério dos Povos Originários também acabará cutucando o agronegócio, na medida em que as demarcações e controle das terras indígenas são alvos de críticas, inclusive com o apoio dado pelo governo Bolsonaro de paralisar os programas. O MPI também deverá defender a desocupação de terras que hoje estão arrendadas aos produtores em várias reservas do Mato Grosso.

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual — toda semana, com curadoria do Money Picks

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar