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Nasdaq encerra pregão disparando 2%, após Powell falar (pela primeira vez) em processo desinflacionário

01 fev 2023, 18:04 - atualizado em 01 fev 2023, 18:10
Wall Street - Mercados
Bolsas de NY fecham pregão em alta (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

Em um movimento de chicote, os mercados dos EUA partiram de uma reação negativa sobre a decisão para uma boa recepção à coletiva do presidente Jerome Powell.

Ao fim do pregão, o Dow Jones termina praticamente na linha d’água. Já os outros dois indicadores mais relevantes da Bolsa de Nova York dispararam: S&P 500 avançou 1,05% e o Nasdaq, após chegar a perder 0,4% no pregão, apresentou uma valorização próxima de 2,00%.

Espelhando as ações, os mercados de títulos (bonds) sentiram um afago na fala de Powell, nas pontas longas e curtas dos juros. Os títulos (bonds) de 10 anos aprofundaram uma queda de 10 pontos-base, aos 3,409%; já os títulos com vencimento de 2 anos têm queda no rendimento de 7 pontos-base, aos 4,12%.

A autoridade monetária confirmou o esperadíssimo aumento de 0,25 ponto-percentual (pp.) na taxa de juros dos EUA, dose a ser repetida na reunião de março e maio, conforme indicou o próprio presidente do Fed na coletiva há instantes.

Decolou: Nasdaq respira aliviada com alívio na curva de juros

Um reflexo de achatamento da curva de juros (que está invertida há mais de seis meses), registrado após os comentários do presidente do Federal Reserve, está fazendo milagres para as ações listadas na Nasdaq.

O índice é o que mais sofreu com o avanço dos juros ano passado, à medida que o encarecimento do capital tornou mais difícil o ambiente de negócios para empresas de crescimento, muito populosas na composição da Nasdaq.

Embora tenha mantido o tom firme contra a inflação, Powell surpreendeu ao dizer que “enxerga, pela primeira vez [desde o início do ciclo de aperto], um processo desinflacionário na economia americana”.

A fala pode estar sendo percebida como um aceno a possíveis cortes de juros no médio-prazo, tão logo confirmado um recuo mais contundente das pressões inflacionárias.

O presidente do BC norte-americano ainda disse que vê um caminho para que esse objetivo seja alcançado, sem que a economia dos EUA sofra danos maiores aos já observados.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.