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Natura (NTCO3): Ação sobe após empresa avaliar venda de fatia na Aesop; analistas veem processo como “muito positivo”

30 nov 2022, 11:39 - atualizado em 30 nov 2022, 15:07
Natura
As ações de Natura sobem 1,65% no Ibovespa (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

As ações de Natura (NTCO3) abriram a sessão do Ibovespa desta quarta-feira (30) liderando as altas, em valorização de 3,56%, a R$ 11,92. Por volta de 11h30, o papel já não era mais a maior alta, mas subia 1,65%.

O movimento acontece após a empresa anunciar que está avaliando a viabilidade de vender uma participação minoritária de sua marca, Aesop. A Bloomberg News noticiou citando fontes, que a empresa está trabalhando com o Bank of America e o Morgan Stanley no processo de venda.

Para a Terra Investimentos, a notícia é positiva. Os analistas Régis Chinchila e Luis Novaes dizem que a Aesop está entre as melhores aquisições concretizadas pela Natura, e que o seu potencial de crescimento a colocou em foco no plano de desinvestimento.

“Com os recursos da venda, a Natura poderá reduzir sua alavancagem e, ainda assim, irá garantir que a Aesop seguirá crescendo, o que trará benefícios no longo prazo para o próprio grupo”.

Em linha com a corretora, a analista da Eleven, Victoria Minatto, diz que o processo de venda seria algo “muito positivo” para a Natura.

De acordo com Minatto, com a Aesop atingindo um valuation em torno de R$ 8 bilhões a R$ 9 bilhões e uma venda de participação em torno de 25%, isso poderia acarretar em cerca de R$ 2,5 bilhões para a empresa, o que ajudaria a reduzir muito a alavancagem de Natura, “que hoje está muito alta e isso acaba pressionando o lucro pelos juros altos, motivados pela alta Taxa Selic“.

Além deste ponto, a analista também destaca que o fato de a Natura não se desfazer 100% da Aesop faz com que a empresa continue capturando os ganhos que a marca traz.

“Hoje, a Aesop apresenta 8% das vendas e 20% do Ebitda. É a marca que mais apresenta crescimento, com melhores margens e a que melhor performa”, avalia.

Já para a Empiricus, o movimento é “marginalmente positivo”. Assim como os outros analistas, Larissa Quaresma também destaca que a venda de participação pode ajudar a diminuir a alavancagem. Ela lembra que a dívida líquida/Ebitda de Natura está em 4,2x – acima de 3,5x, começando a ficar preocupante.

Assumindo que a companhia venda 10% da Aesop por R$ 900 milhões, a casa de research estima que o índice de alavancagem poderia cair para 3,7x, gerando alguma economia em despesa de juros. Como contraponto, Larissa diz que embora a potencial venda ajude na gestão de liquidez de Natura, a Aesop ainda é relativamente pequena no todo.

“Como o turnaround da Avon, uma grande dúvida continua sendo o ponto mais relevante para a tese de investimentos da companhia, por isso mantemos uma visão neutra para Natura. Nem comprados, nem vendidos”, concliu a analista da Empiricus.

Para a Ativa Investimentos, a notícia é neutra. A corretora afirma que, por estar em condições desfavoráveis do mercado, a Natura deve optar por um sócio estratégico, ao invés de fazer o IPO (oferta inicial de ações) da marca.

“Na nossa visão a notícia é neutra, uma vez que o IPO seria a melhor forma de avaliar o valor da Aesop e mostrar para o mercado o quanto o restante da Natura está descontada”, avaliam.

Na outra ponta, a corretora diz que a chegada de um sócio com experiência pode ser importante para o grupo e pode trazer novas ideias para a marca.

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Repórter
Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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