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Natura (NTCO3): Ação despenca 11%, mas BBI vê tese atraente no longo prazo

10 mar 2022, 14:26 - atualizado em 10 mar 2022, 15:35
Natura é uma tese atraente no longo prazo, diz Bradesco BBI (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

A Natura (NTCO3) reportou “resultados fortes” no quarto trimestre de 2021, impulsionados principalmente pela captura de sinergias da Avon mais rápida que o esperado, segundo analistas da XP Investimentos.

Embora as tendências de receita continuem fracas, o Bradesco BBI espera que os resultados garantam alívio e segurança ao mercado, após resultados fracos no terceiro trimestre do ano passado.

Apesar das perspectivas positivas para a companhia, no pregão desta quinta-feira (10), após a divulgação do balanço, as ações da Natura despencavam.

Por volta das 14h15, os papéis caíam 11,60%, cotados a R$ 21,19, enquanto o Ibovespa (IBOV) também afundava 0,99%.

O Bradesco mantém uma visão positiva para as ações da Natura, pois acredita que, embora as tendências de receita de curto prazo sejam desafiadoras, elas devem diminuir até o final de 2022.

O banco ainda vê a companhia como uma tese atraente no longo prazo e reitera sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 55.

4T21 forte

A receita líquida da Natura no último trimestre de 2021 veio em linha com as estimativas da XP e caíram 3% na comparação anual, “frente a um cenário macro desafiador e impactos da variante ômicron”.

A corretora destaca que a rentabilidade da companhia foi o principal destaque do período, com as sinergias da Avon surpreendendo positivamente — com 50% já capturadas —, e com a Avon Internacional apresentando uma margem ebitda de 10,7%.

O lucro líquido também foi acima do esperado devido à melhora dos resultados operacionais, combinado com um efeito fiscal positivo resultante da simplificação da estrutura da América Latina com a integração da Avon.

Por outro lado, o Bradesco BBI destaca que a empresa observou 4,70 p.p. de “contenção de custos e efeitos pontuais”, o que sugere que alguns desses custos provavelmente retornarão assim que as tendências de vendas se fortalecerem.

No entanto, os analistas afirmam que o fato da administração ter puxado alavancas para proteger as margens é um sinal positivo.

Em relação à recuperação da Avon, o Bradesco afirma que a situação ainda é difícil no Brasil, com queda de 27% nas vendas.

“A Avon International também continua fraca, com vendas -18% em relação a 2019; pelo lado positivo, a reestruturação de custos está se concretizando”, completa.

Perspectivas para a Natura em 2022

Olhando para 2022, a XP destaca que as sinergias com a Avon devem continuar sendo capturadas, com as vendas cruzadas entre as companhias começando a acontecer.

Além disso, a entrada da Aesop, marca australiana da Natura, na China está encaminhada, com sua primeira loja física prevista ainda este ano.

No lado de riscos, a corretora ressalta que o conflito entre Ucrânia e Russia é um desafio para a Avon, com os países representando menos de 5% da receita do Grupo, e para sua dinâmica de custos.

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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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