Comprar ou vender?

Natura (NTCO3) sobe até 7% após 1T25 e CEO conta o que está no radar; hora de comprar?

13 maio 2025, 15:39 - atualizado em 13 maio 2025, 17:34
Natura
A Natura divulgou ao mercado seus números referentes ao primeiro trimestre de 2025 (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

As ações da Natura reagem positivamente ao balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25). A companhia reduziu seu prejuízo em 83,9% na comparação anual, ficando em R$ 150,7 milhões no período de janeiro a março deste ano.

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NTCO3 encerrou a sessão com alta de 6,50%, a R$ 10,00. Na máxima do dia, o papel chegou a disparar 7,67%, a R$ 10,11. Acompanhe o tempo real.



O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente da fabricante de cosméticos foi de R$ 789,5 milhões, um aumento de 30,1% em relação ao ano passado.

Na visão do BTG Pactual, a companhia entregou um resultado melhor após as dificuldades observadas no quarto trimestre de 2024.

A equipe de analistas liderada por Luiz Guanais destaca a melhora nas tendências gerais, com as vendas da bandeira Natura América Latina e os ganhos de margem bruta sendo os principais pontos positivos que, na visão do banco, compensaram a tendência de enfraquecimento ainda presente na Avon e as maiores despesas de vendas.

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Em coletiva com jornalistas, o CEO da companhia, João Paulo Ferreira, destacou a simplificação da operação na América Latina, com a conclusão da segunda onda de integração das operações Avon e Natura no México já no segundo trimestre deste ano, e, na Argentina, no terceiro trimestre.

O CEO espera que os custos de transformação na América Latina cessem após 2025, e projeta que não devem ser maiores que os de 2024.

“Isso nos permite afirmar com muita confiança que estamos muito bem posicionados nessa jornada de expansão de rentabilidade e de conversão de caixa que a gente vem entregando nos últimos três anos”, afirmou Ferreira.

Segundo o executivo, a fase de transformação da companhia na América Latina será finalizada em 2025, sendo que, a partir de 2026, não haverá mais custos de transformação.

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Ele conta ainda que as eficiências dessa integração estão sendo reinvestidas em inovação, marketing e digitalização, de forma mais equilibrada, de olho na redução da volatilidade do Ebitda, que mede o desempenho operacional da companhia.

O BTG afirma que irá monitorar de perto o progresso na frente de margem, principalmente a volatilidade da margem bruta durante este ano, bem como a consistência das tendências de crescimento de vendas no Brasil e na América Latina, antes de ter uma visão mais positiva sobre a tese. Por enquanto, o banco mantém recomendação Neutra.

Para a equipe do Santander, liderada por Ruben Couto, o primeiro trimestre foi misto, mas positivo quando comparado com as baixas expectativas do mercado após um 4T24 ruim.

“A melhora na lucratividade foi impulsionada por um descompasso entre câmbio e inflação, impactando positivamente as receitas, mas ainda não o CPV (custo dos produtos vendidos) na América Latina, indicando potencial pressão futura”, avalia o banco.

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Os analistas destacam que o momento desafiador da Avon International persiste, com a administração realizando cortes significativos de pessoal durante o trimestre.

Natura tem uma pendência: Avon International

Entre analistas, há expectativa de um desfecho para a Avon International, que pode destravar potencial para a tese da Natura.

Durante a coletiva, o CEO reforçou que está em avaliação os possíveis caminhos para a divisão, podendo incluir uma possível venda, parcerias ou spinoff (separação da Avon em uma empresa independente).

A Natura espera um pico de custos de reestruturação da Avon International no segundo e terceiro trimestre deste ano, sendo que irá englobar cortes de postos de trabalho, de 1.100 postos. No entanto, não há ainda previsão para o desfecho da Avon International.

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Os analistas Pedro Pinto, do Bradesco BBI, e Flávia Meirelles, da Ágora Investimentos, destacam estar no aguardo de mais informações sobre a alienação deste ativo para que a tese da companhia se concretize, e esperam ver o resultado consolidado e o fluxo de caixa convergindo para os números da Natura Cosméticos, sendo estes fatores-chave para uma reclassificação estrutural dos múltiplos.

Neste momento, combinando uma unidade de negócio de boa qualidade e uma deficitária, os analistas mantêm a recomendação de compra para NTCO3 com base no potencial de desbloqueio de valor.

Desempenho das ações aquém do Ibovespa

A analista Andréa Aznar, do BB Investimentos, pontua que as ações da Natura registram queda de 26,4% desde o início do ano, até o dia 12 de maio, desempenho inferior ao do Ibovespa no mesmo período.

“Em nossa opinião, a queda deveu-se ao desânimo referente ao resultado do 4T24 e à indefinição em relação ao futuro da Avon International”, diz.

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No 1T25, a analista vê os números como bem mais animadores que os anteriores, com a Natura mostrando a força de sua marca e a sustentação do crescimento de suas vendas em patamares sólidos.

“Entretanto, a companhia ainda tem que lidar com as vendas fracas no consolidado de Avon América Latina e com a indefinição do futuro da Avon International, que continua pesando negativamente no balanço do Grupo”, avalia.

Em relação ao cenário macroeconômico, o BB avalia que os indicadores continuam apresentando expectativa de deterioração, principalmente para o segundo semestre do ano, o que traz expectativas mais desafiadoras para as empresas do setor de varejo de bens não-essenciais, como a Natura.

Nesse contexto, o BB mantém recomendação neutra e o preço-alvo em R$ 17,30 para o final de 2025.

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Veja as indicações para as ações da Natura

Banco/Corretora Indicação Preço-alvo
BTG Pactual Neutro R$ 18
Santader Neutro R$ 11
Bradesco BBI/Ágora Investimentos Compra
BB Investimentos Neutro R$ 17,30

 

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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