CryptoTimes

Nicholas Sacchi: de mais quantos sinais você precisa para se convencer?

25 maio 2020, 14:57 - atualizado em 27 out 2020, 17:10
Você ainda não confia no bitcoin? Leia este artigo e se questione por que ainda não investe no ativo mais disruptivo dos tempos atuais (Imagem: Unsplash/@harshaldesai)

Se, numa conversa de amigos, te perguntassem “qual é o melhor ativo para se ter investido na última década?”, o que você responderia?

E se fosse dos últimos cinco anos? E dos últimos três? Ficou fácil, não? Afinal, não importa o prazo escolhido, a resposta continua sendo sempre a mesma: o bitcoin.

Pois é, o bitcoin não para de dar seus sinais. Se você ainda está fora dessa, talvez seja porque não está sabendo lê-los da maneira apropriada.

Hoje, meu objetivo será mostrar por que você, enquanto cidadão brasileiro (ou cidadã brasileira), deveria ter ao menos uma parcela do seu portfólio alocada nesse ativo.

Quero ressaltar que não atribuo em minhas palavras qualquer julgamento de valor. Pretendo apenas constatar os fatos como eles são (no decorrer do texto você entenderá o que quero dizer).

Posto isso, vamos ao que interessa.

Uma breve análise da atual conjuntura

Olhe à sua volta. Você, nos seus mais loucos sonhos de virada do ano, imaginou que sua vida (e de toda a população brasileira) estaria onde está hoje?

Trancado dentro de casa, assistindo segmentos inteiros ruírem por conta da disseminação de uma doença que atingiu proporções muito maiores do que os especialistas acreditavam que atingiria?

Para além da maior crise sanitária da História de nosso país, nos tornamos espectadores de uma grande novela política, o que piorou (e muito) a nossa situação.

Bandeira Brasil
Em meio à pandemia, o Brasil já passou por tantas mudanças que é importante pensar no futuro e investir em algo que traga retorno, já que as tensões políticas tendem a cada vez mais desvalorizar o real (Imagem: Flickr/Palácio do Planalto)

Em cerca de dois meses, vimos a saída de dois ministros da saúde, um ministro da justiça, uma da cultura e perdemos a esperança no ministro da economia, que se viu forçado a adotar medidas totalmente antagônicas àquilo que defendia publicamente.

Soma-se a isso o fato de não termos uma liderança unificada para conduzir a crise sanitária, o que nos fez ter uma das menores taxas de sucesso de contenção da disseminação da COVID-19 em relação a vários países do mundo.

Não me refiro, aqui, exclusivamente ao presidente da república. Me refiro à classe política como um todo. Não tivemos um líder forte o suficiente para estabelecer diretrizes tão fundamentais no combate a uma doença que fez muita gente perder o emprego e/ou encerrar suas atividades.

Como se isso não bastasse, a falta de um plano concreto para a quarentena (tanto para a entrada como para a saída) é uma realidade, que fará com que o tempo de redução da atividade econômica seja significativamente maior no Brasil do que em outros países.

Isso gera um impacto direto nos gastos do governo que, na tentativa de socorrer a população por conta da paralização gerada pela pandemia, se vê forçado a se endividar cada vez mais.

Por conta disso, devemos perceber uma forte deterioração fiscal no país, ocasionada especialmente pela necessidade de manutenção dos programas assistenciais.

Dólar
Real desvalorizado; dólar superinflacinado — é hora de buscar por ativos mais seguros (Imagem: REUTERS/Bruno Domingos)

Ocorre que a má gestão pública gera insegurança no investidor, que só toparia alocar seu capital no país com a possibilidade maior de ganhos (a famigerada razão retorno-risco).

Entretanto, em compasso com o governo, o Banco Central se vê forçado a diminuir drasticamente os juros. Afinal, é necessário prestar suporte ao número quase obsceno de empresas de médio e pequeno porte que tiveram seu fluxo de caixa extinto.

Em contrapartida, a diminuição na taxa de juros afasta o investidor. Com um risco político tão elevado, não há sentido em comprar a dívida pública se ela te paga meros 2% ao ano. Em suma, o investidor prefere se manter em dólar (moeda forte) a alocar seu capital em títulos do governo brasileiro.

Agora, pare para pensar: você, enquanto investidor, está mesmo disposto a correr o risco de ver as coisas se deteriorarem por aqui? Até que ponto você, de fato, confia no seu governo?

É claro, há sempre a opção de correr para a moeda forte. O dólar é, historicamente, um refúgio para investidores desesperados. Ocorre que as coisas também não vão, assim, tão bem nas terras do tio Sam.

Os pacotes de socorro adotados pelo Fed são sem precedentes. Emissões monetárias, atuação como comprador de última instância de ETFs e mais uma série de outras medidas sustentam (artificialmente) a economia por um tempo. Mas não para sempre.

O Banco Central dos Estados Unidos deve sustentar a atividade econômica até quando conseguir mas, em algum momento, essas medidas devem chegar à exaustão.

O “efeito dominó” causado pela pandemia será sentido em todo o mundo; planeje bem seu portfólio para não ser “derrubado” (Imagem: Freepik/mindandi)

Você pode sempre tentar se refugiar na zona do euro, claro, mas as coisas também não parecem ir bem por aquelas bandas. A expectativa de quedas drásticas no PIB é generalizada na região, com os mais atingidos pelo novo coronavírus podendo ter, inclusive, retrações de dois dígitos, como é o caso da Itália. O mesmo vale para países asiáticos.

E a verdade é que só teremos noção do real estrago ocasionado pela pandemia no final do terceiro trimestre do ano, quando as empresas de capital aberto divulgarem seus balanços, contemplando o período de lockdown em sua plenitude. Lá, sim, poderemos ver o tamanho do buraco.

Enfim, ao olhar para esse conjunto de fatores, já dá para sentir o drama da coisa toda.

Como o bitcoin se encaixa nessa trama

Como consequência da atual conjuntura, provavelmente teremos um real fraco e uma economia mundial em colapso por conta da exaustão da capacidade dos bancos centrais de fomentarem a atividade econômica.

Pensando que o mais provável será uma recuperação lenta e gradual do nível de atividade e, olhando para o tamanho do despejo generalizado de dinheiro na economia, é impossível prever, com exatidão, quais serão os impactos das medidas adotadas por governos do mundo todo.

Mas é razoável crer que teremos algo no espectro entre um elevado nível de inflação e com uma armadilha de liquidez. Portanto, como bom alocador de recursos, você deve adotar as medidas necessárias para se proteger.

bitcoin mesa
Você pode não confiar no bitcoin, mas é importante entender o quão bem ele funciona e garantir altos retornos em meio a crises econômicas (Imagem: Unsplash/@silverhousehd)

E se eu te dissesse que já existe um ativo que, historicamente, é descorrelacionado dos demais ativos financeiros do mercado e de movimentos políticos? E que esse ativo melhora o coeficiente de retorno ajustado ao risco de um portfólio bem estruturado, até mesmo com um pequeno percentual alocado?

Pois é, meu caro, essa é a hora do bitcoin mostrar por que veio ao mundo. É a primeira crise econômica de grandes proporções desde a sua criação, em janeiro de 2009.

E, por ironia do destino, o momento de maior flexibilização das políticas econômicas da História recente coincidiu justamente com a redução, pela metade, na emissão diária de bitcoin.

E o melhor: no time das mentes brilhantes que entenderam, neste ano, o real valor do ativo, temos ninguém menos que Paul Tudor Jones, gestor de um fundo multibilionário; Jim Simon, gestor do Renaissance Medallion Fund, o maior fundo quant do mundo; e Luis Stuhlberger, o maior gestor de fundos multimercados da América Latina.

Se mesmo assim você ainda não estiver convencido de que deve dedicar mais atenção para esse mercado, olhe para todo o ecossistema que floresceu em torno dos criptoativos.

A moeda digital chinesa já é uma realidade, o projeto Libra (criptomoeda do Facebook) está a poucos dias de se tornar uma realidade.

Indo além, as maiores Bolsas do mundo já negociam derivativos de bitcoin e, muito em breve, negociarão também os de ether.

Com tantos sinais apontando para você se expor a essa nova e fascinante classe de ativos, o que está te impedindo de enxergar? Já passou da hora de deixar as amarras do passado de lado e alocar um percentual do seu portfólio em bitcoin.

Tenho certeza que, daqui a alguns anos, você se lembrará desse texto e agradecerá.

Te espero do lado de cá, onde as coisas são um tanto diferentes. Um abraço.

Cryptoassets Strategist
Economista apaixonado por inovação tecnológica, traz no currículo a atuação em bancos de investimentos, corretoras de valores e exchanges de criptomoedas. Seu campo de estudo o trouxe naturalmente para os criptoativos. Hoje, se dedica a vasculhar esse mercado à procura das melhores oportunidades de investimento na equipe de criptoativos da Empiricus, é host do podcast Crypto Storm e editor do Crypto Times.
Twitter Linkedin Instagram
Economista apaixonado por inovação tecnológica, traz no currículo a atuação em bancos de investimentos, corretoras de valores e exchanges de criptomoedas. Seu campo de estudo o trouxe naturalmente para os criptoativos. Hoje, se dedica a vasculhar esse mercado à procura das melhores oportunidades de investimento na equipe de criptoativos da Empiricus, é host do podcast Crypto Storm e editor do Crypto Times.
Twitter Linkedin Instagram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.