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NotreDame: esqueça os resultados ruins do 2º tri e foque na fusão bilionária com a Hapvida

11 ago 2021, 17:34 - atualizado em 12 ago 2021, 1:11
NotreDame
Analistas acreditam que a piora no trimestre é passageira e ação pode entregar muito mais para os investidores (Imagem: NotreDame/Youtube)

A NotreDame Intermédica (GNDI3) reportou números fracos, piores que o previsto por analistas, ainda impactada pela segunda onda da Covid, que levou a mais internações e mortes que a primeira, e o aumento de exames eletivos e mais caros.  

A companhia reverteu o lucro de R$ 223,4 milhões do ano passado e teve prejuízo de R$ 48 milhões.

Em termos ajustados, a empresa passou do lucro de R$ 303,9 milhões para prejuízo de R$ 9,9 milhões.

Na visão da XP, a NotreDame entregou resultados ruins, marcados pela alta sinistralidade, 18 pontos acima do ano passado, que compensou o crescimento da receita, que saltou 22,7%, a  R$ 3,2 bilhões.

O total de beneficiários subiu para 4,3 milhões, adição líquida de 655 mil.

Já a sinistralidade do caixa atingiu 82,7%, elevação de 18 pontos percentuais em relação ao ano anterior e quatro pontos percentuais acima do primeiro trimestre. 

A expansão na cifra foi provocada pelo:

  • maior custo relacionado aos tratamentos da Covid-19;
  • maior número de procedimentos/tratamentos eletivos;

Apesar disso, a XP afirma que essa piora é passageira e não estrutural.

“Acreditamos que a empresa deve continuar crescendo organicamente e deve ser capaz de reduzir estruturalmente a sinistralidade uma vez que o impacto da Covid e de procedimentos eletivos deve reduzir e a sinistralidade dos ativos recém adquiridos deve convergir para os níveis históricos do NotreDame”, completam os analistas Vitor Pini e Matheus Soares. 

A visão é compartilhada pelo Safra. O banco lembra que à medida que a vacinação avança, já é observada uma queda acentuada nas hospitalizações, “o que deve fazer o MLR (margem de lucro real) convergir para níveis históricos nos próximos trimestres”. 

“Há uma tendência cada vez mais presente de retorno gradual dos comportamentos pré-pandemia, que inclui uma pressão pelo retorno de procedimentos médicos de rotina e eletivos que ocorrem simultaneamente aos custos associados aos tratamentos da pandemia do Covid-19, que ainda impõe uma sobrecarga de custo significativa em todo o setor”, explicou a empresa no relatório.

Fusão com Hapvida

Para os analistas, os investidores devem observar a fusão com a Hapvida (HAPV3), que criará uma gigante e tem potencial para impulsionar os preços das ações. No ano, o papel da NotreDame acumula queda de 18%. 

“Vemos o fraco desempenho nos últimos trimestres como não recorrente e esperamos que o crescimento dos lucros recupere o ímpeto nos próximos trimestres, além do potencial de longo prazo decorrente da fusão”, completa. 

O banco tem recomendação outperform, ou seja, acima da média do mercado para a NotreDame, com preço-alvo de R$ 113, potencial de alta de 47%.

A XP também manteve a recomendação de compra e preço-alvo de R$ 110.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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