Política

Novo arcabouço fiscal de Haddad ganha concorrente; conheça projeto alternativo que já tramita no Congresso

20 mar 2023, 20:05 - atualizado em 20 mar 2023, 20:05
Arcabouço fiscal
Deputado Pedro Paulo (PSD) protocola proposta alternativa ao novo arcabouço fiscal (Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, trabalha nos últimos detalhes da nova regra fiscal antes de anunciá-la, surgiu no Congresso Nacional uma proposta alternativa à do governo.

O deputado Pedro Paulo (PSD), ex-secretário de Fazenda e Planejamento da prefeitura do Rio de Janeiro, protocolou na semana passada um projeto de lei complementar (PLP) que estabelece um novo arcabouço fiscal para o Brasil, em substituição ao teto de gastos.

Segundo o parlamentar, o texto é uma “contribuição antecipada” ao debate da nova âncora fiscal do país.

O PLP 62/23 é baseado no controle da dívida pública, adoção de limites de gastos por órgão federal e medidas de ajuste para corrigir eventuais desequilíbrios fiscais.

O projeto ainda prevê o crime de responsabilidade, punível com impeachment, em caso de descumprimento de medidas.

A necessidade de substituir o teto de gastos, regra que limita o crescimento da despesa pública à inflação, foi estabelecida com a aprovação da PEC da Transição em dezembro de 2022.

O prazo limite para que o governo envie sua proposta ao Congresso Nacional é agosto deste ano. Isso não impede, porém, que projetos alternativos sejam apresentados ao Legislativo.

Dívida Líquida como referencial

A proposta do deputado Pedro Paulo usa como referência a Dívida Líquida do Governo Geral (DLGG).

O projeto fixa como nível sustentável da dívida a DLGG em até 50% do PIB. Nesse cenário, as despesas primárias do governo poderão crescer pela variação da inflação, acrescido de 1,5% ou da média do PIB nos três anos anteriores, o que for maior.

Se a DLGG ficar entre 50% e 60% do PIB – faixa que o deputado chama de “prudencial” –, o crescimento das despesas do governo será o valor do IPCA mais 1%, caso tenha havido superávit primário no ano anterior, ou IPCA mais 0,5% em caso de déficit primário.
Associado a isso, serão aplicadas algumas medidas de ajuste, como a proibição de criação de cargos, conforme na tabela abaixo:

Projeto de lei prevê DLGG como referencial (Imagem: Reprodução/Agência Câmara)

Já no cenário em que a DLGG fica acima de 60% do PIB, os gastos só poderão ser corrigidos pela inflação.

Além disso, o projeto de lei estabelece que o descumprimento das medidas vai constituir crime de responsabilidade e improbidade administrativa, punível com perda do cargo (impeachment), perda dos direitos políticos e multa de até 24 salários.

*Com informações da Agência Câmara

Vejo a proposta alternativa para o nova regra fiscal na íntegra:

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Repórter
Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
zeca.ferreira@moneytimes.com.br
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Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
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