Americanas (AMER3): Troca de CFO impulsiona ações, que figuram entre as maiores altas da bolsa
Negociadas fora do Ibovespa, as ações das Lojas Americanas (AMER3) sobem forte nesta segunda-feira (1º) e figuram entre as maiores altas da bolsa de valores (B3).
Por volta das 13h45 (horário de Brasília), os papéis da varejista subiam cerca de 5,7%, negociados a R$ 6,27, após chegarem a mais de 8% na máxima do dia. Acompanhe o tempo real.
A alta ocorre após a companhia, que está em recuperação judicial desde que uma fraude bilionária veio à tona, em janeiro de 2023, anunciar, na noite da última sexta-feira (28), a nomeação de Sebastien Durchon como novo diretor financeiro (CFO) e de Relações com Investidores (RI).
O executivo assumiu o cargo justamente nesta segunda-feira (1º), após aprovação do conselho de administração, e substituiu Camille Loyo Faria, que ocupava as funções desde o início da revelação das inconsistências contábeis.
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De acordo com a empresa, Durchon está no grupo há cerca de quatro meses, desde agosto, quando ingressou como vice-presidente financeiro.
Ele será responsável pela continuidade do plano de reposicionamento estratégico, agora com foco maior em crescimento, eficiência e rentabilidade, além de reforçar a relação com clientes, fornecedores e bancos.
Camille Faria, por sua vez, continuará na varejista, mas em posição de assessoramento, dedicada a temas ligados à recuperação judicial, incluindo processos competitivos para venda de ativos relevantes.
Turnaround à vista?
A Americanas destacou que Durchon atuou recentemente como CFO e depois CEO do Dia, período no qual participou de um plano de reestruturação (turnaround) que envolveu o fechamento de 342 lojas e a recuperação operacional da rede.
O executivo iniciou a carreira na auditoria Mazars, fundou a consultoria Consomind e ocupou posições na Fives e no Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big.
Desafios para Durchon
No mês passado, a varejista reportou um recuo de 96,4% no lucro líquido na comparação anual, para R$ 367 milhões, refletindo a ausência de ganhos contábeis não recorrentes observados no terceiro trimestre de 2024 (3T24).
O balanço mostrou ainda forte retração das operações on-line e o impacto da normalização de efeitos contábeis que haviam inflado o lucro no ano anterior.
O GMV (volume bruto de mercadorias) digital da Americanas somou R$ 167 milhões, uma queda de 74,6% em relação ao mesmo período de 2024. Em contrapartida, o GMV físico ficou praticamente estável, em R$ 3,4 bilhões.
Em entrevista recente ao Money Times, o CEO do grupo, Fernando Soares, destacou que a empresa mira integrar o digital ao físico — movimento já adotado por outros nomes do varejo.
Segundo ele, a companhia também avança na otimização de lojas, com análise do desempenho dos pontos atuais, shoppings e possíveis fechamentos ou aberturas. Você pode conferir a entrevista completa aqui.