Internacional

Novo plano de comércio de Biden com China ecoa o de Trump, mas supõe que Pequim não mudará

04 out 2021, 10:27 - atualizado em 04 out 2021, 10:27
Katherine Tai
A representante comercial dos Estados Unidos, Katherine Tai, não vai descartar o uso de novas tarifas para forçar a China a cumprir os compromissos da Fase 1 do acordo comercial firmados sob o governo Trump (Imagem: Bill O’Leary/Pool via REUTERS/File Photo)

A representante comercial dos Estados Unidos, Katherine Tai, buscará nesta segunda-feira novas negociações com a China em relação a seu fracasso em cumprir as promessas feitas na “Fase 1” de um acordo comercial firmado com o ex-presidente Donald Trump, mas não buscará a “Fase 2” das negociações sobre os subsídios estatais de Pequim e outras questões estruturais.

Autoridades sêniores do governo Biden disseram que Tai buscará se encontrar virtualmente com o vice-premiê chinês, Liu He, para discutir o acordo comercial “em breve”, enquanto inicia um processo “direcionado” para reviver as exclusões de tarifas punitivas dos EUA para certas importações chinesas.

No entanto, ela não vai descartar o uso de novas tarifas para forçar a China a cumprir os compromissos da Fase 1 firmados sob o governo Trump, disseram as autoridades, que falaram sob condição de anonimato.

Tai fará um discurso há muito aguardado delineando a estratégia comercial do governo Biden com a China no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em Washington, nesta segunda-feira.

“Por muito tempo, a falta de adesão da China às normas comerciais globais minou a prosperidade dos norte-americanos e de outros ao redor do mundo”, Tai deve dizer durante suas declarações, de acordo com trechos de sua fala compartilhados pela Casa Branca.

Tai também dirá que pretende ter “conversas francas” com seu par da China. “Isso incluirá a discussão sobre o desempenho da China quanto à Fase 1 do acordo e também nos envolveremos diretamente com a China em suas políticas industriais.”

Segundo as autoridades, os EUA não buscarão a “Fase 2” de negociações com a China, que envolve questões estruturais mais profundas, como subsídios maciços a setores vitais que distorcem os mercados mundiais, porque Pequim está “dobrando sua abordagem autoritária centrada no Estado”.

“Reconhecemos que a China simplesmente não deve mudar e que temos que ter uma estratégia que lide com a China como ela é, em vez de como gostaríamos que fosse”, disse uma das autoridades.

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