O motivo que fez Vale (VALE3) disparar mais de 7% nesta sexta; ação está atrativa?

As ações da Vale (VALE3) e da CSN (CSNA3) dispararam nesta sexta-feira (4), seguindo o avanço do minério de ferro negociado na China.

O papel da mineradora subiu 7,59%, cotado a R$ 72,25, enquanto a empresa siderúrgica mostrava ganhos de 6,34%, a R$ 13,59.

Hoje, os futuros do minério de ferro saltaram até 6,2% em Cingapura, a US$ 86,75, em meio a rumores de que a China diminuiria a conduta rígida com a política de Covid Zero no país.

As especulações sobre a mudança de abordagem do governo chinês começaram a circular nas redes sociais. Um cientista-chefe teria dito em uma reunião que a política de Covid Zero seria substancialmente alterada em breve.

Rumores de que a China começaria a se afastar da política de Covid Zero no início do próximo ano já eram especuladas no início da semana. Hoje, as novas especulações serviram para alimentar ainda mais o ânimo dos traders.

Relatos de fontes consultadas pelo Money Times diretamente da China contradizem essas especulações.

De acordo com um brasileiro residente na cidade de Wuhan, os rumores são mais uma pressão para uma mudança do que “qualquer sinal do governo de que vai mudar”.

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Segundo ele, a população chinesa está se mostrando descontente com as medidas rígidas de combate ao coronavírus, cujos efeitos são sentidos nos negócios, principalmente no comércio.

De acordo com outro brasileiro que mora na capital, a China dará continuidade à política de Covid Zero dinâmico, “sendo que dentro da palavra ‘dinâmico’ cabe o mundo”.

Vale lembrar que o minério de ferro continua sendo negociado perto de seu nível mais baixo desde o início de 2020. Desde o pico em março deste ano, os preços caíram pela metade.

Comprar ou não VALE3

A queda do minério de ferro tem impactado diretamente o preço da ação da Vale. A influência do mercado chinês, que se encontra em momento delicado, pesa na dinâmica do ingrediente siderúrgico, colocando pressão na performance da mineradora na Bolsa.

O BTG Pactual afirma, em relatório, que existe atualmente um elemento binário no setor de commodities: por um lado, os múltiplos continuam mais baratos do que nunca; por outro, a política chinesa impede que esses mesmos múltiplos consigam se expandir.

De acordo com o BTG, as políticas adotadas pela China são o que estão impedindo que investidores tomem uma postura de maior confiança em relação a empresas como Vale, Gerdau (GGBR4) e até Suzano (SUZB3), do setor de papel e celulose.

Apesar disso, o BTG tem recomendação de compra para as ADRs da Vale (VALE), com preço-alvo de US$ 25.

O Itaú BBA é mais cauteloso com o nome, tendo recomendação de market perform (desempenho esperado em linha com a média do mercado) e preço-alvo de US$ 15 ao fim de 2023.

Para o Goldman Sachs, o papel tem espaço para cair mais. A instituição reiterou nesta semana a recomendação “neutra” para os papéis, com um preço-alvo de US$ 12,50 – valor que indicaria um potencial de queda de cerca de 3,5%.

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