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O novo dilema da Oi: não restou nada para fazer a ação subir em 2021

16 dez 2020, 17:25 - atualizado em 16 dez 2020, 19:30
Oi OIBR3 Telecomunicações Operadoras
Sem força: depois de dispararem 160% neste ano, ações da Oi ficarão estagnadas em 2021  (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

Às vezes, no mundo dos negócios, o ditado de que “o ótimo é inimigo do bom” também é válido. Que o diga quem comprou ações da Oi (OIBR3) nos últimos dias, animado pela venda de sua unidade de telefonia móvel.

Na segunda-feira (14), quando o negócio foi confirmado, as ações da Oi despencaram e fecharam cotadas a R$ 2,20 cada. Era a confirmação de um conhecido movimento do mercado – o de comprar no boato e realizar lucros no fato. É verdade, também, que o preço se recuperou na sessão seguinte, e a Oi terminou a terça em R$ 2,35. Ainda assim, é pouco menos que os R$ 2,36 com que encerrou a semana passada.

Tudo isso reforça a avaliação de parte dos analistas de que os grandes gatilhos para a alta da Oi na Bolsa já ficaram para trás. Após disparar 160% neste ano, o fato é que não há argumentos fortes o bastante para justificar um bom salto dos papéis em 2021.

Esse trem já partiu

O Banco Santander (SANB11) está entre os que derramam elogios à capacidade de execução da diretoria da Oi, mas também não enxerga um grande potencial de valorização no curto prazo.

Em relatório enviado a clientes e assinado por Maria Tereza Azevedo, o Santander estabeleceu o preço-alvo de R$ 2,30 para dezembro de 2021. Isso significa que, na prática, o papel vai passar o ano estagnado na Bolsa. Não por acaso, a recomendação do banco é de manutenção.

Como comparação, basta lembrar que bancos e gestoras projetam respeitáveis altas de dois dígitos para o Ibovespa em 2021. O Banco Safra, por exemplo, estabeleceu um preço-alvo de 131 mil pontos, o que implica uma valorização de mais de 10%. O BTG Pactual (BPAC11) vai ainda mais longe. Seu cenário-base pressupõe que o principal índice da Bolsa atinja 139.686 pontos em 12 meses – uma alta de mais de 20%.

Mas quem comprou ações da Oi recentemente, contando com uma nova pancada, ficará decepcionado. “Considerando o forte desempenho das ações no acumulado do ano (160%), cremos que o mercado já precificou o potencial de criação de valor da venda de ativos”, afirma a analista.

Agora, a Oi se concentrará em se transformar em uma empresa de infraestrutura de telecomunicações, administrando uma rede de fibra óptica para as operadoras de telefonia e provedoras de internet. O Santander acredita que a empresa remanescente é “potencialmente forte”, com uma estrutura enxuta, baixo endividamento e poucas imposições regulatórias – e sem nenhum potencial de alta.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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