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‘Número isolado de RJs não tem nenhuma representatividade no agro’, diz especialista em crédito rural

06 maio 2025, 14:46 - atualizado em 06 maio 2025, 14:46
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(iStock.com/Simon Dux)

O número de pedidos de recuperação judicial (RJ) no agronegócio mais que dobrou no último ano, chegando a 1272 solicitações, de acordo com o Serasa Experian. Apesar do crescimento, Octaciano Neto, ex-secretário de agricultura do Espírito Santo, afirma que o número não diz muita coisa.

“A pessoa vê os dados do Serasa e percebe que o número de recuperações judiciais no Brasil mais que dobrou. No entanto, quando analisamos esse número de forma isolada, ele não tem relevância no setor do agronegócio”, afirmou. Atualmente, há cerca de 300 RJs no agro, acrescentou.

Neto é sócio fundador da Zera.Ag, empresa especializada em financiamento privado para o agronegócio, e ex-diretor de agronegócio da Suno Research. O especialista considera que, proporcionalmente, a quantidade de RJs é muito baixa no setor.

“Nós temos 1,2 milhão de produtores rurais que tomam crédito no agro. Nós temos 400 mil produtores responsáveis por 85% do valor bruto da produção agropecuária. Então qualquer recorte que tirar vai dar algo como 0,01%”

As declarações foram realizadas durante um painel sobre agronegócio no Tag Summit 2025, evento promovido pela Tag Investimentos em São Paulo.

Problemas com o crédito rural

Em relação ao crédito rural, Neto ressaltou a importância de consolidar a participação do mercado de capitais, por meio de produtos específicos para o setor, como Fiagros (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) e FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios nas Cadeias Produtivas do Agronegócio).

De acordo com o especialista, os recursos do Plano Safra não são capazes de atender todos os produtores, que acabam optando por operações consideradas ineficientes, como o barter — operação de troca na qual o produtor rural adquire insumos, sob a condição de pagá-los ao fim da safra.

“Só existe barter onde não tem mercado de capitais desenvolvido. Só tem no Brasil, Argentina e Ucrânia. Não tem operação de barter de forma relevante nos EUA e nem Europa como tem no Brasil”, afirmou Neto.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
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