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O posicionamento do Grupo Petrópolis sobre o pedido de recuperação judicial

29 mar 2023, 17:13 - atualizado em 29 mar 2023, 17:13
(Imagem: Reprodução/Grupo Petrópolis)
Grupo Petrópolis explica por que entrou com pedido de recuperação judicial (Imagem: Reprodução/Grupo Petrópolis)

O Grupo Petrópolis confirmou a entrada do pedido de recuperação judicial junto à 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.

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Em nota enviada ao Money Times nesta quarta-feira (29), o terceiro maior fabricante cervejeiro do Brasil explicou que adotou o recurso visando manter operação e produção regulares e preservar os 24 mil empregos diretos e 100 mil indiretos estimados.

“O foco principal do GP [Grupo Petrópolis], neste momento, é garantir a manutenção da operação, a qualidade de seus produtos, o abastecimento da cadeia de distribuição e, consequentemente, sua capacidade de geração de receita, bem como honrar seus compromissos com funcionários, fornecedores e parceiros”, diz o posicionamento.

Em crise há 18 meses

O Grupo Petrópolis apresentou o pedido de recuperação judicial perante a Justiça do Rio de Janeiro na segunda-feira (27), em caráter de urgência.

Dona das marcas das cervejas Itaipava e Petra, a empresa apresentou o pedido de recuperação judicial de suas empresas, incluindo os braços do grupo que atuam na geração e comercialização de energia e no setor agropecuário.

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Com dívidas de R$ 4,4 bilhões, o grupo cervejeiro tenta evitar o vencimento de R$ 105 milhões de uma dívida que poderia provocar o vencimento antecipado de outras operações.

O Grupo Petrópolis afirma dever R$ 2 bilhões com obrigações financeiras e de mercados de capitais. As dívidas com terceiros somam R$ 2,2 bilhões.

A empresa pediu que os bancos SantanderDaycovalBMG Sofisa e o fundo Siena sejam obrigados a liberar valores mantidos nas conta do grupo, sem retê-los ante o pedido de recuperação judicial.

A companhia vem enfrentando há 18 meses uma crise provocada pela queda no volume de vendas.

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Desde 2021, houve uma forte redução na receita da cervejaria: de 31,2 milhões de hectolitros de bebida vendidos em 2020, o montante caiu para 26,4 milhões no ano seguinte e 24,1 milhões de hectolitros em 2022.

Segundo o Money Times apurou, também pesou para a empresa o aumento nos custos de produção dentro de um cenário de juros elevados, criando impactos diretos em seu fluxo de caixa. Ao repassar o aumento dos custos nos preços dos produtos, o Grupo Petrópolis viu suas vendas encolherem, o que ocasionou uma migração de consumidores a marcas rivais.

O aumento da Selic gerou um impacto aproximado de R$ 395 milhões por ano no fluxo de caixa do grupo.

A crise gerou, até o fim deste mês, necessidade de liquidez de R$ 360 milhões em capital de giro e, até 10 de abril, o valor sobe para R$ 580 milhões, de acordo com informações divulgadas por O Globo.

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Grupo Petrópolis pode ser comprado?

O Itaú BBA trabalha com a hipótese de três possíveis compradores: Coca-Cola, Heineken ou alguma cervejaria estrangeira que queira entrar no mercado nacional.

Segundo a corretora, a compra do Petrópolis por uma companhia internacional pode ser o caminho perfeito para entrar no mercado brasileiro, dado o porte dela, que é capaz de produzir anualmente 50 milhões de hectolitros.

O BBA defende que essa capacidade produtiva representa um ponto sólido para uma cervejaria estrangeira atingir uma participação de mercado lucrativa, ainda que a aquisição das fábricas e da infraestrutura seja parcial.

Mas adquirir o Grupo Petrópolis pode não ser uma tarefa tão fácil. Trata-se de uma empresa que não é pequena, mas também não pode ser classificada como um grande player.

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Na avaliação da XP Investimentos, o Grupo Petrópolis tem o “tamanho errado” para encontrar melhores soluções.

“Devido a sua operação de distribuição, que é mais forte no sudeste do Brasil, há uma sobreposição em relação a outros distribuidores, o que pode tornar um M&A [operação de fusão e aquisição] menos interessante”, ressalta.

Por outro lado, para distribuidores menores, o apetite seria por um player regional, não por uma indústria grande e em dificuldades, completa a corretora.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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