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Grupo Petrópolis: Como a cervejaria acabou em recuperação judicial

28 mar 2023, 17:37 - atualizado em 28 mar 2023, 17:37
Itaipava, Grupo Petrópolis
Grupo Petrópolis apresentou à 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro um pedido de recuperação judicial de suas empresas (Imagem: YouTube/Cerveja Itaipava)

O Grupo Petrópolis, concorrente da Ambev (ABEV3), ganhou as manchetes nesta terça-feira (28) ao entrar com um pedido de recuperação judicial perante a Justiça do Rio de Janeiro, em caráter de urgência.

Dona das marcas das cervejas Itaipava e Petra, a empresa apresentou à 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro um pedido de recuperação judicial de suas empresas. Também foram incluídos os braços do grupo que atuam na geração e comercialização de energia e no setor agropecuário.

Segundo O Globo, com dívidas de R$ 4,4 bilhões, o grupo cervejeiro apresentou ontem o pedido para evitar o vencimento de R$ 105 milhões de uma dívida que poderia provocar o vencimento antecipado de outras operações.

O Grupo Petrópolis afirma dever R$ 2 bilhões com obrigações financeiras e de mercados de capitais. As dívidas com terceiros somam R$ 2,2 bilhões.

A empresa pediu que os bancos SantanderDaycovalBMG Sofisa e o fundo Siena sejam obrigados a liberar valores mantidos nas conta do grupo, sem retê-los ante o pedido de recuperação judicial.

Petrópolis sofre com juros, custos e queda de vendas

Os advogados do Grupo Petrópolis afirmaram que a companhia está em crise há 18 meses, assistindo à queda do volume de vendas desde 2021.

Houve uma forte redução na receita da cervejaria: de 31,2 milhões de hectolitros de bebida vendidos em 2020, o montante caiu para 26,4 milhões e 24,1 milhões de hectolitros em 2021 e 2022, respectivamente.

Dessa forma, de 2020 a 2022, a redução no volume de vendas fez com que a receita bruta do grupo recuasse 17%.

Segundo o Money Times apurou, também pesou para a empresa o aumento nos custos de produção dentro de um cenário de juros elevados, criando impactos diretos em seu fluxo de caixa. Ao repassar o aumento dos custos nos preços dos produtos, o Grupo Petrópolis viu suas vendas encolherem, o que ocasionou uma migração de consumidores a marcas rivais.

O aumento da Selic gerou um impacto aproximado de R$ 395 milhões por ano no fluxo de caixa do grupo.

De acordo com o Grupo Petrópolis, a crise de liquidez gerou, até o fim deste mês, necessidade de liquidez de R$ 360 milhões em capital de giro. Até 10 de abril, o valor sobe para R$ 580 milhões, de acordo com O Globo.

Fundado na cidade de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, o Grupo Petrópolis é o terceiro maior fabricante cervejeiro do Brasil e a maior empresa com capital 100% nacional do setor.

Além de cervejas, a empresa produz outras bebidas alcoólicas e não alcoólicas. Conta com oito fábricas e centros de distribuição espalhados em diversas partes do país.

O Grupo Petrópolis é dono das marcas Itaipava, Cabaré, Petra, Crystal, Lokal, Black Princess, Weltenburger, Brassaria Ampolis (com os rótulos Cacildis, Biritis, Ditriguis e Forévis), vodkas Blue Spirit Ice e Nordka, Cabaré Ice, energéticos TNT Energy Drink e Magneto, refrigerante It!, isotônico TNT Sports Drink e água Petra.

Com informações d’O Globo.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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