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O que esperar das startups no Brasil em 2023? Veja a nova tendência que pode impulsionar esse mercado

24 abr 2023, 15:43 - atualizado em 24 abr 2023, 15:43
Unicórnios investimento startups venture capital
Segundo dados recentes do Inside Venture Capital Report, os investimentos em startups caíram cerca de 86% em relação ao mesmo trimestre do ano passado (Imagem: Pixabay/StartupStockPhotos)

Por Juliana Leão Dias

Em 2023 as startups precisarão de muito mais do que uma apresentação bonita e uma boa narrativa. Os modelos de negócio precisam realmente parar de pé.

Pra quem estava lá, assim como eu, na época em que captar parecia simples bastava uma apresentação bem feita, uma ideia disruptiva e um discurso irresistível para que o dinheiro estivesse à caminho em aportes milionários. Mas este ano, é necessário ter um ímpeto mais duro e realista com as startups atuantes no mercado.

O último trimestre de 2022 nos ensinou muito. O primeiro trimestre de 2023, então, nem se fala. Segundo dados recentes do Inside Venture Capital Report, os investimentos em startups caíram cerca de 86% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

E essa é uma reação natural após a grande festa dos últimos três anos, e principalmente, aos acontecimentos recentes no mercado. Tivemos o inverno cripto, os layoffs e a cereja da torta de instabilidade desse ecossistema foi dada pela quebra do Silicon Valley Bank.

OK, Jú. Nós já sabemos disso. E o que se espera das startups agora?

Conversando com investidores de todo o mundo neste primeiro semestre, as palavras mais repetidas foram “tração!” “MRR!” [receita recorrente mensal] “ESG!” “lucratividade!”.

Ao que toca Venture Capital (investidores de risco), estamos percebendo um comportamento mais conservador dos fundos, o que é um pouco (ou muito) antagônico, uma vez que estamos falando de capital de risco.

A expectativa dos Venture Capital é conseguir enxergar modelos de negócios que vão além da recorrência, mas que tenham a iminência de se tornar um grande negócio no médio e/ou longo prazo.

Investidores anjo continuam na jornada de aposta de ideias em estágio inicial, mas a maré não está muito boa para empreendedores de primeira viagem.

É preciso bem mais que um sonho. Existe bastante demanda de um time empírico e engajado, o histórico profissional dos fundadores também tem contado bastante na hora da tomada de decisão.

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A nova tendência que pode impulsionar as startups no Brasil

O que veremos mais fortemente nos próximos meses e que já era uma tendência do último semestre de 2022, são os CVCs (Corporate Venture Capital), que nada mais são do que fundos de investimento criados por uma empresa para investir em startups e outros negócios.

Inclusive, neste mês de abril, o Santander anunciou a criação do seu próprio fundo de CVC (cujo o foco são fintechs) tendo em vista a oportunidade de mercado que está em uma crescente no Brasil.

Apesar dos CVCs estarem em um estágio ainda inicial no Brasil, tivemos um avanço considerável no último ano. Foram 13 novos fundos de CVC sendo lançados.

Se comparamos com 2019, tivemos o número tímido de três novos fundos criados. Além disso, segundo um relatório da Bain & Company o número de deals com alguma participação de CVCs cresceu em média 19% ao ano de 2015 a 2021 no Brasil. E ainda em 2022, as startups brasileiras receberam R$ 3 bilhões em investimentos por meio de CVC.

E são por esses motivos que os CVCs ganham destaque em 2023 por ser uma alternativa dentre as opções de captação disponíveis, entendendo que a relação startup e CVC não é apenas uma relação de injeção de capital financeiro.

Com toda a expertise e experiência, além dos anos de experiência de quem está por trás desses fundos, incluindo seus executivos, o CVC oferece para a startup muito mais do que “apenas” um aporte. Esse tipo de investimento traz para a startup destreza em gestão, apoio no planejamento estratégico, networking e uma veia de consultor muito forte.

Existem inúmeros outros benefícios em seguir uma rota com um fundo de Corporate Venture Capital. Principalmente pelo fato desses fundos também investirem em early stage (em rodadas com outros investidores e VCs) e buscarem pela aquisição de parcelas minoritárias.

Além de que o processo de due diligence (ato de conferir a saúde financeira da empresa) e compliance dos CVCs são muito mais ágeis, rápidos e simplificados, principalmente em comparação aos longos processos de Due Diligence de uma fusão e aquisição, por exemplo. O que gera um retorno rápido para a startup e salva os empreendedores da ansiedade.

A hora é de criar um ecossistema sólido, pautado em resultados consistentes, trabalhar com inteligência e com muita eficiência.  A maturidade do negócio e dos fundadores são os OKRs mais requisitados do momento.

Juliana ingressou na Universidade com 15 anos de idade. Construiu sua carreira como empreendedora, após e durante passagens por empresas multinacionais e startups globais. Escolheu Growth Hacking como área de atuação e hoje atua como Chief Marketing Officer & Advisor de Startups em Open Innovation e no ecossistema de Blockchain e Web3. Também é palestrante e influenciadora no LinkedIn, contando com mais de 50.000 (cinquenta mil) seguidores. É Analista Comportamental, Practitioner em Programação Neurolinguística e entusiasta no estudo do comportamento humano.
Juliana ingressou na Universidade com 15 anos de idade. Construiu sua carreira como empreendedora, após e durante passagens por empresas multinacionais e startups globais. Escolheu Growth Hacking como área de atuação e hoje atua como Chief Marketing Officer & Advisor de Startups em Open Innovation e no ecossistema de Blockchain e Web3. Também é palestrante e influenciadora no LinkedIn, contando com mais de 50.000 (cinquenta mil) seguidores. É Analista Comportamental, Practitioner em Programação Neurolinguística e entusiasta no estudo do comportamento humano.
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