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O que está acontecendo com a Binance? entenda as desconfianças por trás dos saques

13 dez 2022, 14:42 - atualizado em 13 dez 2022, 18:40
Binance reservas BUSD
A desconfiança que engatilhou uma onda recente de saques, foi a trava dos saques da stablecoin USDC (Imagem: Binance/Blog)

A Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, atua atualmente sob desconfiança do mercado, que resultaram em um movimento de cerca de US$ 2 bilhões em saques da plataforma.  Nesta terça-feira (13), a corretora pausou seus saques em USDC.

Orlando Telles, sócio-fundador da casa de análise Mercurius Crypto, explica que a crise da corretora pode ser dividida em duas partes, e a primeira é referente à reputação da empresa por conta de prováveis processos e pressões regulatórias nos Estados Unidos que podem acontecer.

“Existe um potencial processo contra a Binance, e os principais diretores da empresa, desde 2018 pelos americanos, por conta de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e quebras de sanções econômicas norte-americanas. Esse processo está se tornando bastante robusto e pode potencialmente impactar muito a empresa do ponto de vista regulatório e de reputação”, explica.

A desconfiança que engatilhou uma onda recente de saques, foi a trava dos saques da stablecoin USDC. É um dos pontos que gera mais preocupações para o mercado, conforme Telles.

A corretora pausou os saques de USDC na manhã desta terça-feira, e anunciou em seu perfil oficial do Twitter. A justificativa teria sido uma troca de tokens.

“Binance está realizando uma troca de token envolvendo $USDC . Como resultado, as retiradas de $USDC são temporariamente pausadas. As retiradas de $USDT e #BUSD estão disponíveis e não são afetadas. As retiradas de $USDC serão reabertas assim que a troca de token for concluída”, diz.

Changpeng Zhao, CEO da corretora afirma que é parte da rotina, e que o volume não trata-se dealgo perigoso. Conforme diz, pode ser visto como um “teste de estresse”.

“Vimos algumas retiradas hoje (líquido $ 1,14b ish). Nós vimos isso antes. Alguns dias temos retiradas líquidas; alguns dias temos depósitos líquidos. Negócios como de costume para nós. Na verdade, acho que é uma boa ideia “retirar testes de estresse” em cada CEX [corretora centralizada] de forma rotativa”, diz em seu perfil oficial do Twitter.

Devo tirar minhas criptomoedas da Binance?

Telles deixa a entender que é necessário ter cuidado ao confiar sua custódia na corretora. “Apesar de ser a maior corretora do mundo e deter cerca de 70% do volume de mercado é uma caixa preta onde não temos informações tão claras e precisas sobre saldos, operações entre outras coisas. Então eu evitaria assumir esse risco”, diz.

Telles diz acreditar improvável que seja uma nova crise do tamanho de FTX, mas que não coloca a mão no fogo. “Estamos estudando de forma aprofundadas, o mais rápido possível, para compreender em mais detalhes todas as questões”, finaliza.

Atualização:

A Binance anunciou que já retomaram os saques de USDC através da plataforma.

Atualização para inclusão do posicionamento da Binance:

Pessoas depositam e sacam recursos todos os dias por diversos motivos diferentes. Os ativos do usuário na Binance são todos lastreados 1:1 e a estrutura de capital da Binance não tem dívidas. Mantemos saldos nas hot wallets (carteiras quentes, conectadas a uma rede) para garantir que sempre tenhamos fundos mais do que suficientes para atender às solicitações de saque e, conforme necessário, recompomos os saldos destas carteiras.”

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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