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O que está mexendo com os mercados? Veja as principais notícias desta tarde

19 fev 2021, 13:03 - atualizado em 19 fev 2021, 13:03
Veja os destaques desta tarde (Imagem: REUTERS/Ralph Orlowski)

1. Efeito Petrobras contamina negócios e Ibovespa testa mínimas do mês

O receio renovado de ingerência do governo Bolsonaro em estatais pressionava o principal índice acionário brasileiro nesta sexta-feira, após ameaças do mandatário contra a Petrobras devido aos aumentos nos preços de combustíveis.

Às 12:57, o Ibovespa recuava 0,32%, aos 118.813.92 pontos, com o indicador flertando com as mínimas do mês. O giro financeiro da sessão somava 13,17 bilhões de reais.

Os papéis da Petrobras lideravam perdas após o presidente Jair Bolsonaro ter afirmado na noite da véspera que ia ter consequência a fala do presidente da empresa, Roberto Castello Branco, de que os caminhoneiros não eram problema da empresa.

Bolsonaro também antecipou a renúncia dos impostos federais sobre o gás de cozinha e a interrupção da tributação federal sobre o óleo diesel por dois meses.

Os caminhoneiros têm ameaçado fazer greve em protesto, entre outros fatores, contra os sucessivos aumentos nos preços do óleo diesel. Na véspera, a Petrobras anunciou reajustes do diesel e da gasolina, a partir desta sexta-feira.

Comentando o caso em nota a clientes, o Goldman Sachs afirmou ver “a notícia como negativa para a empresa porque adiciona ruído à análise de investimento”.

Também em relatório, a Levante Investimentos lembrou que Bolsonaro também havia ameaçado demitir o presidente do  Banco do Brasil (BBAS3), André Brandão, após o banco ter anunciado um plano de fechamento de agências e de demissão voluntária.

“Os impactos de uma possível intervenção na Petrobras podem afugentar o capital estrangeiro para investimentos (…) se espalhar para em ativos nos setores de infraestrutura, energia elétrica e em todos os setores que há alguma regulamentação estatal mais firme, com consequências no médio e longo prazos”, afirmou a Levante no documento.

Com esse ruído no foco, de pouco valia a influência positiva de Wall Street, com recuperação leve das ações de tecnologia.

Na agenda corporativa, IRB Brasil também pesava no índice, após ter divulgado nova rodada de prejuízo no quarto trimestre.

2. Brasília em Off: Guedes quebra a cabeça para desonerar diesel, sem ferir responsabilidade fiscal

O presidente Jair Bolsonaro ordenou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, desonerasse o gás de cozinha e o diesel diante dos aumentos de preços praticados pela Petrobras (PETR4).

O problema está em como fazer isso sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que prevê que qualquer desoneração seja compensada por redução de uma despesa, aumento ou criação de outro tributo.

Assim, não é possível fazer como Guedes pensou originalmente: reduzir o imposto e compensar com base numa projeção de que a arrecadação vai crescer em 2021. Segundo um integrante da equipe econômica, o TCU já disse que não é assim que a banda toca.

Está sendo estudada uma solução dentro da LRF, afirmam outras três fontes. O formato final, entretanto, ainda não está pronto.

ICMS

A essência do projeto de lei que muda a cobrança do ICMS sobre combustíveis partiu do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ele já havia sugerido a medida ao Ministério da Economia no início de 2020, após Bolsonaro cobrar mais estabilidade dos preços do diesel e gasolina no país.

A essência do projeto de lei que muda a cobrança do ICMS sobre combustíveis partiu do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ele já havia sugerido a medida ao Ministério da Economia no início de 2020, após Bolsonaro cobrar mais estabilidade dos preços do diesel e gasolina no país.

Sem querer avançar sobre um tema que é prerrogativa dos estados, a Economia não encampou a ideia na época. Agora, Bolsonaro topou, mas mexer no ICMS continua sendo considerado um tema delicado para a equipe de Guedes.

3. CEO da Petrobras não planeja deixar empresa por pressões de Bolsonaro

O presidente da Petrobras (PETR4)Roberto Castello Branco, não pretende pedir demissão da companhia, apesar de pressões do presidente Jair Bolsonaro devido a questões relacionadas a aumentos dos combustíveis, disseram duas fontes com conhecimento direto do assunto à Reuters, nesta sexta-feira.

“Não vai ceder e não pretende sair”, disse uma das fontes, na condição de anonimato.

“Já houve um tempo em que o conselho (de administração da empresa) era pró-governo, e agora é independente”, acrescentou a fonte, argumentando que o CEO tem apoio para continuar na empresa.

Na véspera, Bolsonaro afirmou em transmissão pelas redes sociais que “obviamente” vai ter consequência a fala do presidente da Petrobras, que dias atrás havia dito que a ameaça de greve de caminhoneiros não era problema da Petrobras.

O comentário do presidente foi feito após o anúncio na quinta-feira de que a empresa elevará em cerca de 15% o preço médio do diesel nas refinarias e em mais de 10% o da gasolina, a partir desta sexta-feira.

Bolsonaro anunciou ainda na noite de quinta-feira que vai zerar em definitivo os impostos federais sobre o gás de cozinha e por dois meses os que incidem sobre o diesel, neste caso, com o objetivo de “contrabalançar” o reajuste que considerou “excessivo” da Petrobras.

Em meio a uma alta dos preços do petróleo, o reajuste foi o segundo anunciado para ambos os combustíveis em fevereiro e depois de a petroleira estatal ter sofrido com temores do mercado sobre possíveis interferências políticas na sua prática de preços.

Após uma reunião convocada por Bolsonaro no início do mês para discutir combustíveis, Castello Branco disse que o presidente nunca interferiu em políticas de preços da empresa.

4. Vendas de moradias usadas nos EUA têm alta inesperada em janeiro

As vendas de moradias usadas nos Estados Unidos tiveram em janeiro alta inesperada, apesar de os estoques baixos terem impulsionado os preços das casas.

A Associação Nacional de Corretores de Imóveis dos EUA disse nesta sexta-feira que as vendas de moradias usadas subiram 0,6%, para uma taxa anual ajustada sazonalmente de 6,69 milhões de unidades, no mês passado. As vendas têm aumentado mesmo com a redução dos contratos.

Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas cairiam 1,5%, para uma taxa de 6,61 milhões de unidades.

As revendas de moradias, que respondem pela maior parte das vendas nos EUA, saltaram 23,7% na comparação anual.

5. EUA voltam oficialmente ao Acordo de Paris sobre o clima

Os Estados Unidos se reintegraram oficialmente ao Acordo de Paris sobre o clima nesta sexta-feira, revigorando a luta global contra a mudança climática enquanto o governo do presidente norte-americano, Joe Biden, planeja cortes drásticos nas emissões de gases do efeito estufa para as próximas três décadas.

Cientistas e diplomatas estrangeiros saudaram a volta dos EUA ao tratado, que se tornou oficial 30 dias depois de seu presidente, Joe Biden, ordenar a medida em seu primeiro dia no cargo.

Desde que quase 200 países assinaram o pacto de 2015 para evitar a mudança climática catastrófica, os EUA foram o único a sair. O ex-presidente Donald Trump adotou a ação, alegando que uma ação climática seria cara demais.

O enviado dos EUA para o clima, John Kerry, participará de eventos virtuais nesta sexta-feira para assinalar a volta dos EUA, aparecendo com os embaixadores do Reino Unido e da Itália, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e o enviado de ambição climática da ONU, Michael Bloomberg.

Biden prometeu traçar uma rota para zerar as emissões norte-americanas até 2050. Cientistas disseram que esta meta está alinhada ao que é necessário, mas também enfatizaram que as emissões mundiais precisam cair pela metade até 2030 para se evitar os impactos mais devastadores do aquecimento global.

Kerry e a conselheiro climática doméstica de Biden, Gina McCarthy, estão elaborando novos regulamentos e incentivos com o objetivo de acelerar a produção de energia limpa e a transição dos combustíveis fósseis.

Estas medidas formarão a espinha dorsal da próxima meta de redução de emissões de Washington, ou Contribuição Determinada Nacionalmente, anunciada antes de uma cúpula climática global de líderes que Biden presidirá em 22 de abril. A próxima conferência climática da ONU acontece em Glasgow em novembro.

Biden também já assinou mais de uma dúzia de decretos relacionados à mudança climática e mobilizou todas as agências federais para que ajudem a moldar a reação do governo.

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