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O que está mexendo com os mercados? Veja as principais notícias desta tarde

22 fev 2021, 12:56 - atualizado em 22 fev 2021, 12:56
Mercados Ações Coronavírus Máscara
Veja os destaques desta tarde (Imagem: Reuters/Amir Cohen)

1. Ibovespa desaba com risco político; Petrobras perde cerca de R$ 65 bi em valor de mercado

Ibovespa tinha forte queda nesta segunda-feira, com agentes financeiros enxergando aumento relevante de risco político no país, principalmente ingerência governamental na Petrobras, que já perdeu cerca de 65 bilhões de reais em valor de mercado apenas nesta sessão.

Às 13h, o Ibovespa caía 5,30%, a 112.193,72 pontos. No pior momento, chegou a 111.650,26 pontos. O volume financeiro somava 23,7 bilhões de reais, com as negociações ainda influenciadas pelo vencimento de contratos de opções sobre ações.

Na sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro indicou o nome do general Joaquim Silva e Luna para assumir os cargos de conselheiro e presidente da Petrobras após o encerramento do mandato do atual presidente da companhia, Roberto Castello Branco.

Um dia depois, Bolsonaro indicou nova substituição nesta semana aos moldes da decisão para a presidência da Petrobras, bem como afirmou que vai “meter o dedo na energia elétrica”.

“As declarações recentes do presidente acendem um enorme sinal amarelo – senão vermelho – ao cenário político local”, disse o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, esperando uma segunda-feira de enorme pressão negativa nos ativos locais, “na ausência de uma mudança de postura do governo federal”.

Endossando as missivas, o BTG Pactual destacou que a decisão relacionada à presidência da Petrobras aumenta de forma significativa incertezas que já se multiplicam tanto na parte política, na saúde e na agenda de reformas, conforme nota a clientes enviada pela área de gestão do banco.

“Não se trata apenas de uma troca no comando da Petrobras, que poderia ser considerada normal, porém aconteceu após duras críticas à política de preço que vinha sendo executada.”

Bank of America cortou a recomendação para Brasil a ‘marketweight’ em portfólio de ações na América Latina, bem como reduziu exposição a companhias de controle estatal, citando “maior incerteza”.

2. Bolsonaro diz que preço dos combustíveis pode cair 10% com mudança em impostos

O presidente Jair Bolsonaro afirmou a apoiadores nesta segunda-feira que é possível reduzir em 10% o preço dos combustíveis intervindo na bitributação e em mudanças no ICMS.

“Os impostos (no preço dos combustíveis) são bitributados, incidem sobre o preço na refinaria, nos postos e em cima do próprio ICMS. Se jogar só em cima disso, reduz 10% o preço dos combustíveis e vários organismos do governo não fazem nada. No fundo, ninguém fazia nada. Eu descobri tudo isso sozinho”, criticou Bolsonaro em conversa com apoiadores ao deixar o Palácio da Alvorada.

O presidente quer alterar a forma de cobrança do ICMS, um imposto estadual, para que não seja mais cobrado na bomba, mas nas refinarias. O governo enviou há 10 dias um projecto de lei sobre o tema ao Congresso, mas a mudança enfrenta resistência dos governadores, já que vários Estados perderiam receita.

Com as ações da Petrobras (PETR3PETR4) — e de outras estatais– desabando na bolsa de valores desde a abertura do mercado nesta segunda após, na sexta, Bolsonaro indicar o general Joaquim Silva e Luna para o comando da Petrobras no lugar de Roberto Castello Branco, o presidente voltou a afirmar que outras mudanças serão feitas e criticou a política de preços da petroleira e o mercado financeiro.

“Mudanças teremos no governo sempre que se fizer necessária, não tenho preocupação nenhuma outra a não ser atender o interesse público. Transparência e previsibilidade acima de tudo”, disse o presidente, que voltou a criticar Castello Branco, a quem acusou de receber um salário alto e “sem trabalhar”.

Pela idade, Castello Branco é considerado grupo de risco para a Covid-19 e, assim como a maior parte dos diretores da Petrobras, está trabalhando de casa desde o início da epidemia.

“É direito meu reconduzi-lo ou não. Ele não será reconduzido. Qual o problema? É sinal de que alguns do mercado financeiro estão muito felizes com a política que só tem um viés na Petrobras: atender os interesses próprios de alguns grupos no Brasil. Nada mais que isso”, disse Bolsonaro.

“Ninguém quer perseguir servidor, muito pelo contrário, precisamos prestigiar servidores. Agora, o petróleo é nosso ou é de um pequeno grupo no Brasil?”, disse Bolsonaro depois de dizer que os servidores da empresa estão trabalhando em um ritmo “diferenciado”.

3. Vacinas contra Covid têm reduzido risco de hospitalizações, indica estudo escocês

A campanha de vacinação da Escócia parece estar reduzindo acentuadamente o risco de hospitalizações por Covid-19, o que leva a crer que as vacinas Pfizer-BioNtech e Oxford-AstraZeneca são altamente eficientes na prevenção de infecções graves, mostraram conclusões preliminares de um estudo nesta segunda-feira.

Os resultados do estudo, que cobriu toda a população escocesa de 5,4 milhões de habitantes, mostraram que, quatro semanas após a dose inicial, viu-se que as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca diminuíram o risco de hospitalizações em até 85% e 94%, respectivamente.

“Estes resultados são muito animadores e nos deram muitas razões para ser otimistas com o futuro”, disse Aziz Sheikh, professor do Instituto Usher da Universidade de Edimburgo que coliderou o estudo.

Em uma entrevista coletiva, Sheikh alertou que os resultados são dados preliminares, ainda a serem analisados por cientistas independentes, mas acrescentou: “Estou muito esperançoso. Agora temos indícios nacionais… de que a vacinação oferece proteção contra hospitalizações por Covid-19”.

Ele disse acreditar que países usando as mesmas duas vacinas e uma estratégia semelhante – como Inglaterra e País de Gales, por exemplo – verão um resultado positivo parecido na redução do número de pessoas sendo hospitalizadas com Covid-19.

Os dados do efeito das vacinas na Escócia foram coletados entre 8 de dezembro e 15 de fevereiro. Pesquisadores disseram que, durante este período, 1,14 milhão de vacinas foram administradas e que 21% da população escocesa recebeu uma primeira dose.

Entre as pessoas de 80 anos e mais, um dos grupos mais vulneráveis à Covid-19, a vacinação foi associada a uma redução de 81% no risco de hospitalizações na quarta semana quando os resultados das duas vacinas foram combinados.

4. França diz que não há chance no momento de assinar acordo comercial do Mercosul

Não há chances no momento de a França ratificar um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, disse uma autoridade do palácio presidencial do país nesta segunda-feira.

“As condições para repensarmos são numerosas e drásticas e de momento não vemos chance de essas exigências serem cumpridas pelos países em questão”, disse a autoridade.

A França, maior produtor agrícola da UE, tem sido um dos oponentes mais fortes da versão atual do acordo com o Mercosul, que reúne BrasilArgentinaParaguai Uruguai, o quarto maior bloco comercial do mundo.

O acordo foi alcançado em 2019, mas ainda não foi ratificado.

A França citou preocupações com o risco de um aumento nas exportações agrícolas da América do Sul para a Europa e o impacto do futuro acordo sobre as florestas e o clima.

5. Yellen diz que vai julgar sucesso de estímulo por retorno a nível pré-pandemia de desemprego

A secretária do Tesouro dos Estados UnidosJanet Yellen, afirmou nesta segunda-feira que irá julgar o sucesso do plano de estímulo do presidente Joe Biden de acordo com a rapidez com que ele retornar a economia para níveis pré-pandemia de desemprego.

Falando em evento online do New York Times, Yellen também minimizou os elevados níveis de dívida que o plano de 1,9 trilhões de dólares sendo debatido no Congresso implicariam.

Ela disse que, devido aos juros baixos, os gastos com juros dos EUA como proporção do PIB estão nos níveis de 2007.

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