O que está movimentando os mercados nesta tarde? Veja os destaques
1. Ibovespa encosta em 114 mil pontos e segue para 5ª ganho semanal seguido
O Ibovespa engatava a quarta alta seguida nesta sexta-feira, quando deve acumular a quinta semana consecutiva de valorização, com a bolsa paulista embalada pelo otimismo sobre vacinas contra a Covid-19, além de fluxo positivo de estrangeiros.
Às 13h, o Ibovespa subia 1,36%, a 113.829,64 pontos. Na máxima até o momento, chegou a 113.855,52 pontos. Na semana, o ganho alcança 2,6%.
O volume financeiro nesta sexta-feira somava 9,7 bilhões de reais.
Nem a criação de vagas de trabalho abaixo do esperado em novembro nos Estados Unidos minou o clima positivo, assim como o aumento de casos de Covid-19 naquele país, dadas as expectativas de mais estímulos fiscais.
Na visão do diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer, é a fé nas vacinas e em novos estímulos nos EUA o que continua dando suporte, bem como o sentimento de que o pior do choque econômico da pandemia pode ter ficado para trás.
Nesse cenário, que ainda contempla mais estímulos fiscais e monetários em todo o mundo, os mercados emergentes, como é o caso do Brasil, voltaram a ficar atraentes, observou
“A volta do estrangeiro à bolsa e a emissão bem-sucedida do Tesouro Nacional nesta semana mostram que o Brasil está definitivamente em um lugar de destaque no radar dos investidores”, afirmou.
2. Criação de vagas de trabalho nos EUA fica abaixo do esperado em novembro
A economia dos Estados Unidos criou o menor número de vagas de trabalho em seis meses em novembro, diante do ressurgimento de casos de Covid-19, o que, com a falta de mais alívio do governo, ameaça reverter a recuperação da recessão.
Os EUA fizeram 245 mil contratações no mês passado, depois de 610 mil em outubro, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira.
Foi menor abertura líquida desde que a recuperação dos empregos começou em maio. O quinto mês seguido de desaceleração deixou o nível de emprego bem abaixo do pico de fevereiro.
O relatório de emprego cobriu apenas as duas primeiras semanas de novembro, quando a atual onda de infecções por coronavírus começou
As taxas de infecção, hospitalização e mortes dispararam, levando alguns economistas a esperar queda no emprego em dezembro ou janeiro diante da imposição de restrições a empresas e consumidores.
3. Mourão diz considerar difícil votar tributária este ano, mas afirma que governo não interfere
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira que considera muito difícil que a reforma tributária seja aprovada este ano, apesar das promessas iniciais do governo, porque ainda não há um consenso sobre a proposta.
“Na minha visão eu acho complicado (aprovar esse ano) porque não há um consenso sobre qual é a melhor reforma”, disse o vice-presidente, um dos maiores defensores no governo da reforma tributária.
Mourão, no entanto, negou que o governo esteja travando a reforma tributária para evitar dar um palanque para uma eventual reeleição do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que desde o início encampou um projeto de reforma que está sendo tocado pela Câmara, independentemente da participação do governo federal.
“Eu não julgo que o governo esteja travando a reforma tributária. O que eu vejo que está acontecendo dentro do Congresso são dois fatores: o número 1 é essa questão da pandemia, em que o Congresso deixou praticamente de se reunir.
E sem se reunir temas polêmicos praticamente não avançam”, disse o vice-presidente a jornalistas. “Em segundo lugar a disputa pela sucessão nas duas Casas. Ela foi deflagrado e a partir daí é um jogo lá dentro.”
4. Brasil “encontrará modo” de flexibilizar teto, mas evitará estender auxílio emergencial
O governo Bolsonaro “encontrará um modo” de flexibilizar o teto de gastos em 2021, mas sem estender o auxílio emergencial, evitando abandonar todas as regras fiscais no próximo ano, disse o Morgan Stanley (MS) nesta sexta-feira, prevendo que, mesmo sem o coronavoucher, a economia ainda terá espaço para crescer no começo do ano com as famílias munidas de poupança.
A avaliação vem um dia depois de dados do Produto Interno Bruto (PIB) mostrarem crescimento recorde da economia no terceiro trimestre, mas abaixo do esperado.
A poupança também seria baseada no fato de muitos serviços que impactam segmentos de renda mais alta — como viagens — seguirem limitados.
“Contanto que as regras fiscais não sejam quebradas e com a inflação permanecendo sob controle, um ambiente de baixas taxas de juros deve ajudar a estender a recuperação (econômica)”, disseram Fernando Sedano, Thiago A. Machado e Lucas Almeida no relatório desta sexta.
Os profissionais calculam que o PIB brasileiro voltará aos níveis pré-pandemia no terceiro trimestre de 2021, à frente do maior rival na América Latina, o México, que deverá retomar esse patamar no terceiro trimestre de 2022.
5. Inflação para famílias brasileiras de renda mais baixa sobe 0,95% em novembro
O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1 – de novembro, calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), registrou alta de 0,95%.
Com isso, ficou 0,24 ponto percentual (p.p.) acima do resultado de outubro, quando atingiu taxa de 0,71%. O indicador que mede a inflação para as famílias que ganham até 2,5 salários-mínimos por mês acumula elevação de 4,85% no ano e de 5,82% nos últimos 12 meses.
Em novembro o IPC-BR, que mede a inflação das famílias com renda mensal de 1 a 33 salários, variou 0,94%. A taxa do indicador nos últimos 12 meses ficou em 4,86%, nível abaixo do registrado pelo IPC-C1.
De outubro para novembro, seis das oito classes de despesa componentes do índice tiveram elevação nas taxas de variação.
O setor de transportes passou de 0,29% para 0,90%, educação, leitura e recreação de 1,33% para 2,56%, saúde e cuidados pessoais de 0,05% para 0,23%, habitação de 0,28% para 0,39%, alimentação de 2,08% para 2,18% e despesas diversas com queda de 0,01% para alta de 0,11%.