Comprar ou vender?

O que faz do Magazine Luiza uma das varejistas mais preparadas do Brasil?

09 set 2021, 14:09 - atualizado em 09 set 2021, 23:31
Magazine Luiza
O BBA reiniciou a cobertura dos papéis da varejista com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 24, potencial de alta de 27% (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

Apesar do papel não ser tão barato, o Magazine Luiza (MGLU3) tem potencial de gerar muito valor para os acionistas, além de ser uma das empresas mais preparadas do segmento varejista, aponta o Itaú BBA em relatório enviado a clientes e obtido pelo Money Times.

Segundo a corretora, as ações da companhia negociam com um EV/GMV (valor da firma sobre valor geral de mercadoria) de 1,5 vezes, “que, embora não seja uma pechincha, pode ver uma contração múltipla rápida impulsionada pelo sólido crescimento e expansão de margem nos próximos anos”. 

O BBA reiniciou a cobertura dos papéis do Magalu com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 24, potencial de alta de 27,7% ante o último fechamento.

Entre os pontos levantados pelo BBA está a compra do site Kabum, os pesados investimentos em logística e o mercado de fintechs, além da entrada do mundo dos games.

“A sólida execução da empresa e os recursos omnicanal associados a outros investimentos em logística e fintech, a nosso ver, fazem do Magazine Luiza um forte concorrente para enfrentar as dificuldades da concorrência que esperamos para o mercado de comércio eletrônico nos próximos anos”, argumenta.

A batalha 

Na visão do BBA, a logística é peça chave para as varejistas vencerem a batalha pelo e-commerce, e nesse quesito o Magazine Luiza tem feito a lição de casa.

“As capacidades omnichannel do Magazine Luiza têm tido sucesso na melhoria de  seu nível de serviço na operação, e a empresa agora planeja estender esses recursos para a operação”, afirma.

A empresa possui planos de elevar a área de armazenamento para 2 milhões de metros quadrados até 2023, hoje em 1 milhão de metros quadrados. Isso inclui a abertura de 341 lojas, 257 hubs e oito novos centros de distribuição.

De olho no segmento financeiro

O Magazine também está de olho na lucratividade do segmento financeiro e que, segundo a corretora, poderá ser a principal via de crescimento para os jogadores de e-commerce daqui para frente.

Entre as iniciativas destacadas pelo BBA está a LuizaCred, joint venture da empresa com o Itaú (ITUB4) e que tem carteira de crédito de R$ 13,5 bilhões – “o que acreditamos ser um fator de diferenciação à medida que a empresa continua a explorar o mercado de fintechs”. 

Mundo dos games

A entrada do Magazine Luiza do mercado de games, com a aquisição do Kabum e do Jovem Nerd, foi amplamente elogiada pelos analistas. 

“O desenvolvimento do jogos vem crescendo rapidamente à medida que os negócios ganham relevância nos últimos anos, com potencial interessante para frequência e retenção de clientes na plataforma principal da empresa”, observa.

Lembrando que a varejista, junto com a Husky Technologies, patrocina duas equipes de e-game, sendo uma delas a maior equipe de League of Legends no país – jogo disputado por mais de 115 milhões de usuários mensais em todo o mundo.

“Acreditamos que o compromisso do KaBuM! em patrocinar o esporte de games é valioso porque também aumenta o reconhecimento da marca do Magazine Luiza no mercado de e-commerce como nos jogos – um mercado em rápido crescimento que vem ganhando a atenção dos investidores”, diz.

Queda da ação é oportunidade?

Após disparar três dígitos e se tornar a queridinha de muitos investidores, as ações do Magazine Luiza não têm um bom ano.

Em 2021, os papéis acumulam perda de 27%, com altas taxas de volatilidade. Apesar disso, a Ativa está confiante com a empresa e projeta uma elevação de até 50%, com preço-alvo de R$ 28,40.

Segundo o analista Pedro Serra, a varejista continua entregando forte crescimento de GMV (valor bruto de mercadoria) nos últimos resultados, mesmo diante da entrada de novas empresas no mercado.

“Vemos o crescimento do 3P como uma avenida para ganho de market-share sem precisar consumir o caixa da empresa. Acreditamos que a recente desvalorização da ação foi exagerada e abriu uma janela de oportunidade para os papéis da companhia”, completa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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