Coluna do Beto Assad

O que pode acontecer com seus investimentos nas Eleições 2022? Veja o que profissional olha

25 ago 2022, 14:23 - atualizado em 25 ago 2022, 14:30
Investimentos
Hora de redobrar os cuidados com os seus investimentos nesta reta final das eleições 2022. Leia a coluna do Beto Assad, analista e consultor para o Kinvo. (Imagem: Pixabay/Olichel)

Depois de meses de campanha extraoficial velada dos principais candidatos à presidência da república, o jogo agora começou para valer nas Eleições 2022. E os seus investimentos têm muito a ganhar ou a perder com isso.

Apesar do horário eleitoral gratuito começar apenas nesta sexta-feira (26), a semana já está sendo marcada pelas entrevistas que os candidatos estão dando ao Jornal Nacional.

Claro que muitos deles já fizeram participações em outros veículos de comunicação ao longo dos últimos meses.

Mas o alcance que o principal telejornal do país possui, aliado ao início oficial da corrida eleitoral, coloca de vez todas as peças no tabuleiro da disputa presidencial.

Ao que tudo indica, é de se esperar uma disputa apertada entre os dois principais candidatos, o atual presidente Jair Bolsonaro, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com Ciro Gomes e Simone Tebet correndo por fora.

A maioria das pesquisas ainda mostra Lula com uma boa vantagem em relação a Bolsonaro, mas essa margem vem diminuindo nos últimos meses, com o atual presidente já aparecendo à frente do petista em algumas regiões.

E esse cenário entra agora de vez na cabeça de profissionais do mercado financeiro, que passam a dar uma importância para a corrida eleitoral que ainda não havia acontecido neste ano.

Eleição está precificada?

Muito se questionou ao longo de 2022 se a disputa eleitoral já não está precificada em nossa bolsa de valores.

Ao meu ver, toda a volatilidade enfrentada pelo Ibovespa no ano está mais relacionada com a situação econômica no Brasil e no mundo do que a corrida eleitoral.

Claro que muitas atitudes do atual governo trouxeram resultados diretos tanto na renda fixa como na renda variável, e devem continuar trazendo.

O aumento do risco-país devido à elevação dos gastos públicos acima do teto, por exemplo, ajudaram a pressionar nossa taxa de juros.

E juros mais altos desestimulam o investimento na economia real que, por consequência, desestimulam o investimento em renda variável. Isso sem contar a inflação.

Por outro lado, a prorrogação do Auxílio Brasil começa a trazer alguns efeitos positivos para a bolsa neste momento, com investidores acreditando que o programa social traga melhores resultados para as empresas neste semestre por estimular o consumo.

O que faz preço na Bolsa

Muita se argumenta que tanto o programa assistencial, assim como os subsídios que o governo vêm oferecendo a vários setores para controlar a inflação, já são medidas visando a reeleição do atual presidente, o que não discordo.

Mas o jogo político que entra em cena agora será muito mais direto e agressivo. E isso deve mexer no mercado.

A partir de agora, gestores de fundos e investidores profissionais vão analisar, em detalhes, os planos econômicos de cada candidato. E dependendo de como forem os debates e pesquisas, o mercado tende a reagir de maneira rápida e volátil, seja para cima, seja para baixo.

Se levarmos ainda em conta o perfil dos dois principais candidatos, deveremos ter uma disputa pautada no populismo, onde deve ganhar vantagem quem convencer que pode oferecer mais benefícios reais à população.

Em contrapartida, populismo geralmente significa mais gastos públicos, o que leva ao problema fiscal citado anteriormente.

Risco político

São muitas variáveis para serem estudadas, que devem ser medidas nos pequenos detalhes para tentar se ter uma ideia do impacto econômico que elas podem causar a longo prazo.

Existe ainda o tão discutido risco político, com muita gente acreditando que o atual presidente possa não aceitar o resultado das eleições em caso de derrota.

Seu discurso contra as urnas eletrônicas continua, mas parece ter perdido força nos últimos tempos, o que diminui significativamente a chance de uma batalha judicial (ou pior) pela presidência.

Assim, se você é aquele investidor avesso ao risco, e que enxerga a volatilidade como um grande problema para os seus investimentos, talvez seja hora de focar em ativos mais líquidos e seguros.

É o que muito fundo de investimento está fazendo para se proteger de eventuais surpresas desagradáveis durante o processo.

O que nos resta é cuidar do nosso dinheiro, enquanto torcemos para que as eleições sejam limpas e que o próximo presidente consiga deixar a “casa brasileira” em ordem. Mas este último ponto, como o brasileiro já está acostumado (e até resignado), é bem mais complicado.

Boa sorte a todos.

Aproveite para conferir todas as colunas do Beto Assad aqui no Money Times.

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Disclaimer

Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

Analista e consultor financeiro no Kinvo
Beto Assad é analista de ações e consultor financeiro para o Kinvo, aplicativo que consolida investimentos de bancos e corretoras em um só lugar. Formado em Administração pela EAESP/FGV em 2004. Fez estágio na BM&F e tornou-se empreendedor antes de voltar ao mercado financeiro em 2009, trabalhando na Leandro&Stormer. Trabalhou posteriormente na Futura Invest, onde conheceu os sócios que criaram o Kinvo. Hoje, atua como analista de ações (CNPI-T) e é consultor de mercado financeiro.
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Beto Assad é analista de ações e consultor financeiro para o Kinvo, aplicativo que consolida investimentos de bancos e corretoras em um só lugar. Formado em Administração pela EAESP/FGV em 2004. Fez estágio na BM&F e tornou-se empreendedor antes de voltar ao mercado financeiro em 2009, trabalhando na Leandro&Stormer. Trabalhou posteriormente na Futura Invest, onde conheceu os sócios que criaram o Kinvo. Hoje, atua como analista de ações (CNPI-T) e é consultor de mercado financeiro.
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