Investimentos

A volta da renda fixa? Saiba até onde vai a concorrência desleal com a renda variável

02 ago 2022, 15:27 - atualizado em 02 ago 2022, 15:38
Renda Fixa
Renda fixa vem ganhando disputa com a renda variável. Resta saber o que esperar até o final de 2022. (Imagem: Freepik)

A renda fixa tem vencido a queda de braço com a renda variável em 2022. Resta saber até quando isso se sustenta.

A elevação da taxa Selic, desde a mínima histórica a 2% no auge da pandemia para o patamar de 13,75% ao ano a ser confirmado pelo Copom, provoca uma concorrência desleal.

Muitos são os panos de fundo que o investidor brasileiro precisa estar ligado até o final do ano. A corrida eleitoral fará cada vez mais preço nos ativos como aconteceu em 2018. As taxas dos contratos DIs operam em patamares elevados diante da piora das contas públicas.

O Ibovespa (IBOV) e o S&P 500 (SPX) tiveram um ajuste bastante relevante no ano, lembra Felipe Reymond Simões, diretor da WIT Asset.

“Provavelmente, é o que vamos ver por um bom tempo, apesar de não enxergar quedas abruptas. Podemos ter um menor interesse do que havia antes, por causa das taxas de juros mais altas e a renda fixa remunerando bem”, comenta.

Isso tudo somado ao movimento de alta de juros nos Estados Unidos, guerra na Ucrânia e tensão entre EUA e China faz com que o Ibovespa fique estagnado próximo ao patamar psicológico dos 100 mil pontos, enquanto títulos do Tesouro Direto oferecem taxas recordes de rentabilidade.

2022 X 2018

No último ano eleitoral brasileiro, os investimentos em renda fixa e em renda variável tiveram uma performance bastante parecida na primeira metade de 2018.

Em contrapartida, nos primeiros seis meses de 2022, ambas as classes de investimentos começaram a se distanciar diante dos aumentos de juros executados por bancos centrais de todo o mundo.

Referência 1° semestre de 2018 (%) 1° semestre de 2022 (%)
Ibovespa 15 -5,59
IMA-B5+ 15,4 6,61
CDI 6,4 5,4
Ifix 5,6 0,32
IPCA 4,31 5,49

IMA-B5+ representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos indexados ao IPCA (NTN-B) com prazos superiores a cinco anos.

Em 2018, o número de investidores pessoas físicas com contas na B3 (B3SA3) era de 814 mil. De lá para cá, houve um crescimento de 641% no total de investidores, que atingiram a marca de 5,224 milhões de contas em junho de 2022.

A eleição será o principal tema do restante de 2022. E até janeiro do ano que vem, mais medidas que preocupam a saúde das contas públicas podem surgir, avalia Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

“O debate econômico não aparenta ser razoável, o que dificultará o início de governo em 2023. A redução de tributos, pelos próximos seis meses, sofrerá pressão para ser renovada no próximo ano, o que já colocaria a situação fiscal em evidência no início do novo governo”, aponta.

Daqui dois meses, os brasileiros vão às urnas para decidir quem será o próximo presidente do país. Entre os preferidos nas pesquisas, estão o ex-presidente Lula (PT) e o atual, Jair Bolsonaro (PL).

Independentemente de quem vença a corrida eleitoral, a verdade é que a equipe econômica e o futuro Paulo Guedes terão muito trabalho para fazer.

Como investir agora?

Olhando para o comportamento da curva futura de juros, o BTG Pactual aponta que o mercado segue precificando a taxa Selic em 13,75% ao ano até o final do primeiro semestre de 2023.

Nesse cenário, o banco mantém preferência por títulos de renda fixa pós-fixados, quer sejam atrelados à Selic (caso do Tesouro Selic) ou ao CDI (casos dos CDBs que rendam acima de 100% do índice). Os vencimentos dos títulos devem ter duration curta (até três anos) ou média (entre três a cinco anos).

Outra recomendação de compra do time de research do BTG Pactual vai para os títulos indexados à inflação com duration média. Nesse sentido, valem a pena títulos públicos (Tesouro IPCA+) e títulos privados (com preferência pelas debêntures incentivadas no mercado secundário).

Small caps

Para Reymond, da WIT Asset, há excelentes opções de investimentos, tanto em renda fixa, contando com juros elevados tanto no Brasil como nos EUA e em boa parte do mundo, quanto oportunidades em renda variável.

“Por causa de toda essa queda que tivemos, estamos com vários ativos em bolsas negociando em níveis bem atrativos de valuation. É um momento bem interessante para montar uma carteira de investimentos ou então para rebalanceá-la, dependendo do perfil e do momento do cliente”, revela.

Um aumento de juros nos EUA gera pressão para empresas norte-americanas do S&P 500, já que o mercado exige retorno cada vez maior para investir nelas, pois o investimento livre de risco está remunerando mais.

“Esse fluxo de saída das bolsas americanas pode migrar para países emergentes como o Brasil. O valor de mercado das bolsas americanas é gigantesco e qualquer porcentagem vinda de lá pra cá pode gerar uma alta bastante expressiva aqui nas ações brasileiras, principalmente as small caps“, afirma o gestor.

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Repórter
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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