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O relógio está fazendo tique-taque para o TikTok nos EUA; entenda

23 mar 2023, 11:37 - atualizado em 23 mar 2023, 16:55
TikTok
CEO do TikTok, Shou Zi Chew, comparecerá ao Congresso nesta quinta-feira para entregar uma mensagem contra banimento da rede social nos EUA (Imagem: Reuters/Dado Ruvic/Illustration/File Photo)

O TikTok está contando os ponteiros do relógio nesta quinta-feira (23). O CEO da rede social pertencente à empresa chinesa ByteDance, Shou Zi Chew, comparecerá hoje ao Congresso dos Estados Unidos para tratar da proibição do aplicativo de mídia no país. 

“Ele deve entregar a seguinte mensagem: viemos em paz”, comentou Ian Bremmer, presidente do Eurasia Group, na newsletter diária GZero. Segundo o cientista político, o TikTok trava uma batalha de anos com o governo norte-americano, desde que o ex-presidente Donald Trump tentou – e não conseguiu – banir a empresa em 2020. 

“E isso se tornou um ponto crítico no relacionamento cada vez mais tenso entre EUA e China”, emenda Bremmer. Isso porque os serviços de inteligência dos EUA e legisladores dos partidos Democrata e Republicano afirmam que o TikTok representa uma ameaça à segurança nacional.

A acusação alega que o governo chinês usa a plataforma de mídia para vigiar e manipular os cidadãos norte-americanos. TikTok e Pequim negam. 

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TikTok inofensivo?

O CEO da TikTok negará “inequivocamente” as alegações de que o aplicativo de vídeos curtos compartilha os dados de usuários dos EUA com o governo chinês. Mais que isso, Chew deve ser incisivo, dizendo que jamais compartilhou nem compartilhará. 

“O TikTok nunca compartilhou ou recebeu solicitação para compartilhar dados de usuários dos EUA com o governo chinês. Nem o TikTok honraria tal pedido se algum fosse feito”, Chew testemunhará, segundo depoimento escrito publicado na terça-feira (21) pelo Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Deputados.

Além disso, o CEO deve acrescentar que a empresa controladora do TikTok, a ByteDance, não pertence nem é controlada por nenhum governo ou entidade estadual. “Deixe-me afirmar isso de forma inequívoca: a ByteDance não é um agente da China ou de qualquer outro país”, dirá Chew ao comitê.

O testemunho de Chew diz que 60% da ByteDance são de propriedade de investidores institucionais globais, incluindo Blackrock. Além disso, cerca de 20% dos fundadores da empresa são detentores e outros 20% pertencem aos funcionários, “incluindo milhares de americanos”.

No entanto, Bremmer, da Eurasia, avalia que, apesar da alegação do TikTok de que é inofensivo e “grande demais para ser banido”, os apelos para restringir o aplicativo atingiram o auge, ainda mais em um momento em que endurecer a postura dos EUA em relação à China se tornou politicamente elegante. 

Dessa forma, o presidente norte-americano Joe Biden pressiona por uma proibição nacional – a não ser que haja um divórcio amistoso entre ByteDance e TikTok. Ao que tudo indica, o Congresso dos EUA está elaborando uma legislação bipartidária para forçar essa separação.

A rede social nos EUA

O governo dos EUA proibiu o uso do TikTok em dispositivos federais, e muitos estados e faculdades do país seguiram o exemplo. No entanto, o aplicativo ainda pode ser usado em aparelhos pessoais.

Ainda assim, o alcance do aplicativo continua a crescer sem parar. No total, são cerca de 150 milhões de usuários ativos da rede social – ou seja, quase a metade dos cidadãos norte-americanos.

Esse total representa 10% da comunidade global do TikTok e 25% do total de visualizações em todo o mundo. Segundo a empresa, o usuário médio é um adulto que já passou da idade da faculdade.

*Com informações da Reuters

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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