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Oferta de gado no Brasil deve permanecer apertada e pressiona frigoríficos, diz Safras

11 mar 2021, 13:17 - atualizado em 11 mar 2021, 14:04
Gado em Paulínia
O Brasil abaterá 31,585 milhões de cabeças de gado em 2021, um aumento anual de 0,4%, aponta Safras & Mercado (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A escassez de gado pronto para abate continuará pressionando os processadores brasileiros de carne bovina por pelo menos um ano, disse o analista da Safras & Mercado Fernando Iglesias, em apresentação nesta quinta-feira.

A oferta apertada, causada pelo abate de vacas e a forte demanda por carne bovina em mercados como a China, levou empresas a paralisar temporariamente as operações e dispensar funcionários em Estados como Goiás, Rondônia, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, disse ele.

O preço da arroba bovina subiu para 315 reais esta semana, patamar recorde.

“A oferta está muito apertada”, disse Iglesias. “Apenas processadores de carne com licenças para vender para a China podem pagar.”

O mercado apertado atinge empresas como JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) que operam nos mercados interno e de exportação.

Nas últimas semanas, grupos comerciais que representam os frigoríficos começaram a fazer lobby junto ao Ministério da Agricultura para obter autorização para importar gado vivo do Paraguai como forma de continuar o abate em meio à oferta restrita.

Iglesias disse que a disponibilidade de gado no Brasil pode melhorar no próximo ano.

Ele previu que o Brasil abaterá 31,585 milhões de cabeças de gado em 2021, um aumento anual de 0,4%.

Em comparação, o abate de gado caiu 9% no ano passado ante 2019, para 31,471 milhões de cabeças, segundo dados da Safras.

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