BusinessTimes

Oi (OIBR3) despenca 31% após pedido de liminar protetiva; vai entrar em recuperação judicial de novo?

02 fev 2023, 18:41 - atualizado em 02 fev 2023, 18:42
Oi (OIBR3;OIBR4), Santander SANB11
Liminar da Oi abre “grande possibilidade” de nova entrada em recuperação judicial (Imagem: Gustavo Gomes/Bloomberg)

As ações da Oi (OIBR3) despencaram 31,78%, cotadas a R$ 1,61, nesta quinta-feira (2). A queda acentuada dos papéis ocorre após a companhia de telecomunicações entrar com um pedido de liminar para protegê-la preventivamente dos credores.

A medida é necessária até que a Oi protocole um novo pedido de recuperação judicial (RJ), afirma a petição enviada à Justiça. A companhia saiu de um processo de RJ em dezembro passado.

Segundo o analista da Benndorf, Niels Tahara, a liminar protetiva é vista de forma “bastante negativa” para a Oi, com “grande possibilidade” de nova entrada em recuperação, caso continue a queimar caixa.

Para o analista, o momento pede a venda da ações OIBR3. Isso porque uma nova entrada em recuperação judicial tende a ser um processo “bastante longo”.

Oi vai entrar em recuperação judicial de novo?

Tahara, da Benndorf, explica que um eventual pedido de RJ demonstra a dificuldade da companhia de manter uma geração de caixa e rentabilidade sustentáveis com o novo modelo focado em fibra óptica.

O analista explica que a Oi vem sofrendo com as dívidas altas e o maior patamar de juros. Esse alto endividamento impacta a geração de caixa, que é necessária para realizar investimentos na parte de fibra óptica.

“O aumento rápido das taxas de juros impactaram de forma muito relevante a companhia, que agora buscar suspender a exigibilidade de algumas obrigações”, diz.

O analista ainda destaca que o principal gatilho da companhia é a venda da participação na V.tal (ex-InfraCo), que pode realizar uma oferta pública inicial (IPO) nos próximos anos. Entretanto, não há um cronograma definido para destravar esse valor.

Por que mais uma RJ?

Oi (OIBR3): Veja 7 argumentos da empresa para pedir uma nova recuperação judicial

Veja os principais argumentos apresentados pela Oi para se proteger dos credores até que apresente um novo pedido de recuperação judicial:

  • Preservar as atividades: a Oi afirma que a concessão da proteção cautelar lhe permitirá manter as operações até que a nova recuperação judicial seja apresentada;
  • Fatores “imprevisíveis” e fora de controle: a companhia alega que diversos fatores “imprevisíveis e não controláveis” afetaram seu desempenho;
  • Estrutura de capital “insustentável”: a OIBR3 acrescenta que sua estrutura de capital continua “insustentável”, com R$ 29 bilhões em dívidas, sendo que metade delas é atrelada ao dólar;
  • Regulação do setor atrapalha: a empresa argumenta, ainda, que aguarda mudanças na regulação do setor de telecomunicações;
  • Falta de acordo com os credores: a Oi afirma que já tentou negociar com os credores para melhorar o perfil da dívida, mas sem resultados;
  • Sem dinheiro: a empresa acrescenta que, no próximo dia 05 de fevereiro, está previsto o vencimento de obrigações que totalizam R$ 600 milhões, incluindo US$ 82 milhões de juros devidos aos detentores de bonds. A empresa, contudo, afirma não ter condições de quitar esses compromissos;
  • Gatilho para cobrança: o não pagamento dos R$ 600 milhões acarretará a obrigação de quitar, antecipadamente, a maior parte dos R$ 29 bilhões em dívidas com bancos e detentores de títulos da empresa, o que inviabilizaria a sobrevivência da Oi.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
Linkedin
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.